Personagens do Futebol Mineiro. Quando a Biografia Ajuda a Contar a História do Futebol

Parte de O Futebol no Campo das Letras . páginas 17 - 19

Resumo

É lugar comum dizer que no Brasil o futebol é assunto presente em grande parte dos mais diversos ambientes sociais, não se restringido apenas aos locais de prática esportiva. Em meados dos anos 1990 eu era apenas mais um garoto entre milhares que sonhava em ser jogador de futebol, mas, como um bom perna-de-pau que sempre fui, não tinha espaço no campo. Assim, comecei a conter minha frustração e a me resignar com o papel de torcedor e paralelamente iniciei minha coleta de tudo a respeito do tema. Fui adquirindo camisas, ingressos, jornais, revistas, times de botões, álbuns de figurinhas, autógrafos de personagens do futebol, souvenires e outros itens do gênero.

Certa vez, no ano de 1995, ocasião do retorno do Botafogo à sua famosa sede na Rua General Severiano, da qual fui vizinho por bons doze anos, durante a festa de reinauguração me deparei com um senhor amparado por uma bengala e com certa dificuldade em andar, mas com o corpo íngreme, mesmo com a idade avançada, e cercado de pessoas que o olhavam como se vissem um santo. Perguntei ao meu pai quem era o “velhinho” tão festejado. Ele me respondeu, simplesmente, Valdir Pereira, melhor falando, era o genial meio-campista Didi, o homem da folha seca, craque de Botafogo, Real Madri e Seleção Brasileira nas décadas de 1950 e 1960. Pois é, eu estava ali ao lado dessa lenda e mal sabia quem ele era. Minutos antes eu já me dava por satisfeito por ter reconhecido Nilton Santos, a Enciclopédia do Futebol, mas todos em volta continuavam embasbacados, olhando para o “velinho” elegante em um terno alinhado, Didi. E eu amargurado com a minha falha em não o reconhecer. Como aficionado pelo jogo de futebol e sua história, não me perdoava pelo lapso da memória visual

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