Prática de exercícios físicos e fatores associados em estudantes universitários da região sul do Brasil
Por Marcio Teixeira (Autor), Diogo Henrique Constatino Coledam (Autor), Arli Ramos de Oliveira (Autor).
Em VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício - CONBRAMENE
Resumo
Para muitos jovens o ingresso no ensino universitário é marcado por período de maior autonomia, relativo distanciamento da família, novas amizades e experiências, enfrentando, desse modo, situações até então desconhecidas. Mas também, caracterizar-se por período de elevada vulnerabilidade na consolidação de hábitos saudáveis, em razão da dificuldade em lidar com transformações psicossociais e pressões impostas pela necessidade de adaptação as situações próprias do meio acadêmico. OBJETIVO: Analisar a prevalência e os fatores associados à não realização de exercício físico em universitários brasileiros. MÉTODOS: Participaram do estudo 2.738 universitários da cidade de Londrina-PR, Brasil. As variáveis dependentes do estudo foram: não realizar exercício físico em intensidade moderada por pelo menos 30 minutos na semana; não realizar exercício físico em intensidade vigorosa por pelo menos 20 minutos na semana; não realizar exercícios de fortalecimento muscular na semana. As variáveis independentes foram o sexo, idade, cor da pele, situação conjugal, moradia, período de estudo, ano, trabalho e área de estudo. A análise multivariada foi realizada utilizando a regressão Logística Binária. O instrumento utilizado para coleta de dados foi o questionário de comportamentos de risco NCHA II (National College Health Assessment II), criado pela American College Health Association (ACHA) em 1998, com tradução do idioma original em inglês para o português e adaptação transcultural, validados por GUEDES; TEIXEIRA (2012). RESULTADOS: A prevalência de universitários que não realizam exercício físico nas intensidades moderada, vigorosa e fortalecimento muscular foi de 47.3, 61.0 e 66.2% respectivamente. O sexo feminino apresentou risco de não realizar exercício físico moderado (OR = 1.23), vigoroso (OR = 1.47) e de fortalecimento muscular (OR = 1.22). Estudantes matriculados em cursos pertencentes às áreas de Exatas (OR = 1.40 e 1.52), Jurídicas (OR = 1.48 e 1.51) e Humanas (OR = 1.45 e 1.52) apresentaram risco de não realizar exercício físico nas intensidades moderadas e vigorosa respectivamente. Cursar o 2o (OR = 0.79), 3o (OR = 0.74) ou 4o anos (OR = 0.71) apresentou menor probabilidade de não realizar exercício físico em intensidade vigorosa. CONCLUSÃO: Programas de intervenção com objetivo de promover a prática do exercício físico de universitários devem considerar o sexo, ano de estudo e a área em que o aluno está matriculado.