Resumo
No contexto da saúde pública nacional, pouco se conhece sobre as particularidades do tratamento com estatinas e os efeitos musculares da associação de exercícios físicos moderados ao tratamento crônico, bem como seus mecanismos. Assim, os objetivos deste estudo foram avaliar as ações do tratamento medicamentoso com estatinas na saúde pública e os efeitos da terapêutica medicamentosa isolada e em associação a um programa de exercícios físicos moderados no tecido muscular. Para tanto, foram obtidas informações sobre o estado de saúde e o tratamento medicamentoso dos prontuários médicos (n=62) de mulheres atendidas em uma unidade básica de saúde (UBS). Posteriormente, as pacientes foram avaliadas quanto ao nível sócio econômico, presença de comorbidades, medicamentos em uso, nível de atividade física, autorrelato de dor muscular, aderência ao tratamento e composição corporal (n=72). Nas etapas subsequentes, foram incluídas somente as pacientes sedentárias e na menopausa (n=61); destas, uma parcela foi submetida à biópsia muscular (n=21) e aos testes de função muscular (n=17). Para exposição ao sedentarismo (n=12) ou à prática de exercício físico (n=13) aeróbio (50 minutos) e resistido (25 minutos), três vezes por semana, durante vinte semanas, foram incluídas as pacientes que não apresentaram fatores de risco para lesão muscular por estatinas. Ao final da intervenção, todas as avaliações foram reaplicadas. Verificou-se que a conduta médica de modificar dose (48,4%) e/ou o tipo (25,4%) de estatinas objetivou adequação do perfil lipídico sem lesar a musculatura. A não aderência das pacientes à prescrição médica foi de 15,5%, ocorrendo prioritariamente em mulheres jovens (p=0,057), com menor frequência de comorbidades (p=0,011) e baixo consumo de medicamentos (p=0,001).