Resumo

Os Esportes Radicais surgiram no final do século XX como novidade em termos de lazer no ambiente urbano trazendo um significado mais amplo às práticas corporais. A observação de pessoas procurando praças, ruas, paredes de escalada, bancos, muros e rampas pela cidade, para se divertir e se exercitar é o contexto que esta pesquisa busca revelar. O objetivo deste estudo foi reconhecer os locais e atores das práticas de skate, escalada e slackline e suas motivações para a busca destas modalidades. Utilizou-se a pesquisa descritiva exploratória com 46 sujeitos, sendo 16 escaladores, 20 skatistas e 10 slackliners, da cidade de São Paulo, todos concordantes com o TCLE apresentado, que responderam um questionário desenvolvido especificamente para essas atividades. Os resultados apontaram que: Há predominância do sexo masculino entre os participantes (84,7%), revelando um preconceito que ainda perdura na prática esportiva. Os escaladores tem média de idade maior do que os demais (31,6 anos, em comparação com os 27,4 do slackline e 24,4 do skate), talvez devido à necessidade de equipamentos mais caros, dos maiores riscos da prática e da necessidade de cursos para aprendizagem da escalada em relação aos outros. Os skatistas na média praticam há mais tempo, provavelmente porque a cultura do skate é mais antiga e consolidada na cidade de São Paulo. Observa-se que no slackline todos praticam a menos de 3 anos mostrando que é uma modalidade ainda recente, já que o slackline só começou a ser praticado no Brasil depois do ano 2000. Os participantes da pesquisa afirmam ter aprendido sozinhos, ou com amigos e familiares, evidenciando-se nesse aspecto que a Educação Física não é considerada como iniciação da aprendizagem. Os sujeitos apontam o ganho de benefícios físicos, mentais e sociais nas suas vidas e sua intenção de continuar a prática pela qualidade de vida, da diversão e da evolução física e psicológica que elas proporcionam. Apenas 10,8% afirmam competir, o que demonstra o aspecto do lazer dos Esportes Radicais para a população. Conclui-se que os Esportes Radicais estão sendo incorporados à rotina das pessoas, acrescentando novo contorno à cultura corporal, numa busca de superação, de enfrentamento de desafios, do controle do risco, do prazer, e da qualidade de vida. Evidencia-se que há uma distância na formação dos profissionais de Educação Física em relação aos Esportes Radicais