Praticando Esportes Radicais no Meio Urbano
Por Camila Galindo (Autor), Dimitri Wuo Pereira (Autor), Vinicius Sampaio Feitoza dos Santos (Autor), Renan Oliveira de Paula (Autor), André Batista da Silva (Autor).
Resumo
Os Esportes Radicais surgiram no final do século XX como novidade em termos de lazer no ambiente urbano trazendo um significado mais amplo às práticas corporais. A observação de pessoas procurando praças, ruas, paredes de escalada, bancos, muros e rampas pela cidade, para se divertir e se exercitar é o contexto que esta pesquisa busca revelar. O objetivo deste estudo foi reconhecer os locais e atores das práticas de skate, escalada e slackline e suas motivações para a busca destas modalidades. Utilizou-se a pesquisa descritiva exploratória com 46 sujeitos, sendo 16 escaladores, 20 skatistas e 10 slackliners, da cidade de São Paulo, todos concordantes com o TCLE apresentado, que responderam um questionário desenvolvido especificamente para essas atividades. Os resultados apontaram que: Há predominância do sexo masculino entre os participantes (84,7%), revelando um preconceito que ainda perdura na prática esportiva. Os escaladores tem média de idade maior do que os demais (31,6 anos, em comparação com os 27,4 do slackline e 24,4 do skate), talvez devido à necessidade de equipamentos mais caros, dos maiores riscos da prática e da necessidade de cursos para aprendizagem da escalada em relação aos outros. Os skatistas na média praticam há mais tempo, provavelmente porque a cultura do skate é mais antiga e consolidada na cidade de São Paulo. Observa-se que no slackline todos praticam a menos de 3 anos mostrando que é uma modalidade ainda recente, já que o slackline só começou a ser praticado no Brasil depois do ano 2000. Os participantes da pesquisa afirmam ter aprendido sozinhos, ou com amigos e familiares, evidenciando-se nesse aspecto que a Educação Física não é considerada como iniciação da aprendizagem. Os sujeitos apontam o ganho de benefícios físicos, mentais e sociais nas suas vidas e sua intenção de continuar a prática pela qualidade de vida, da diversão e da evolução física e psicológica que elas proporcionam. Apenas 10,8% afirmam competir, o que demonstra o aspecto do lazer dos Esportes Radicais para a população. Conclui-se que os Esportes Radicais estão sendo incorporados à rotina das pessoas, acrescentando novo contorno à cultura corporal, numa busca de superação, de enfrentamento de desafios, do controle do risco, do prazer, e da qualidade de vida. Evidencia-se que há uma distância na formação dos profissionais de Educação Física em relação aos Esportes Radicais