Resumo

Este trabalho é recorte de pesquisa que vem tratando de construir as memórias das práticas corporais infames do bairro-balneário Cassino, localizado no litoral sul do Rio Grande do Sul, cidade de Rio Grande. Inventado no fim do séc. XIX por famílias nobres da região com o objetivo de divertimento e prazer à moda do que vinha acontecendo nas estações balneárias européias, o local tinha nas práticas corporais, formas de dar visibilidade a uma distinção social que se estendia pela arquitetura dos casarões construídos na avenida principal, pelas roupas utilizadas em público e pelos modos de conduta entre frequentadores do bairro-balneário. Seguindo na esteira de Nietzsche (2003) de que precisamos fazer uso do esquecimento como atividade intencional para que possamos produzir novas histórias, este primeiro movimento de pesquisa coloca em operação a possibilidade de se dizer quem são os infames a partir da voz do poder. Nesse sentido, apoiado no que Meihy e Holanda (2007) denominam de História Oral Temática, o presente trabalho vem apresentar esboços desta infâmia, principalmente no que se refere às primeiras décadas do séc. XX, utilizando uma entrevista como base para tal.

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