Preditores das Variáveis Espaciais e Temporais do Andar de Pacientes com Doença de Parkinson na Fase de Aproximação Para a Subida de Degraus
Por N. R. Conceição (Autor), C. Teixeira-arroyo (Autor), D. Orcioli-silva (Autor), R. Vitório (Autor), F. Bruno Hernandes (Autor), Lilian Teresa Bucken Gobbi (Autor).
Resumo
Os comprometimentos motores característicos da doença de Parkinson (DP) podem alterar os parâmetros do andar, especialmente quando o ambiente apresenta restrições como durante os momentos de modulação na fase aproximação para a subida de degraus. Além disso, outros fatores como o equilíbrio debilitado e o medo de quedas podem interferir nas estratégias motoras do paciente, aumentando o risco de quedas durante a execução dessa tarefa. Ainda, sabe-se que pacientes ativos apresentam parâmetros espaciais e temporais do andar mais próximos aos do idoso sadio. Assim, esse estudo verificou os preditores das variáveis espaciais e temporais do andar entre os comprometimentos da doença, o nível de atividade física, o medo de queda e o equilíbrio, na fase de aproximação para a subida de degraus em pacientes com DP. Participaram do estudo 21 pacientes com DP (12 homens e 9 mulheres), entre os estágios 1 a 3 na escala de Hoehn and Yahr (HY). Os participantes andaram aproximadamente 4 m, por um carpete com sensores de pressão (GAITRite® System), antes da subida de uma escada de 4 degraus. O comprimento, a largura, a velocidade e o tempo do suporte simples do passo foram analisados 3 passos antes da abordagem do primeiro degrau e no último passo de aproximação antes da subida. A escala UPDRS; o questionário FES-I, o teste de Berg e o questionário de Baecke foram utilizados para avaliar os comprometimentos da doença, o medo de quedas, o equilíbrio funcional e o nível de atividade física, respectivamente. A análise de regressão linear múltipla (stepwise) apontou que o nível de atividade física e os comprometimentos psíquicos da DP são preditores do comprimento do passo na fase de planejamento (3 passos antes da subida dos degraus) (R²=0,55; p=0,001). No último passo antes da subida dos degraus, o nível de atividade física e o equilíbrio funcional foram preditores do tempo do suporte simples (R²=0,65; p<0,001). Aparentemente, o nível de atividade física é o preditor mais forte para os parâmetros espaciais e temporais do andar que os comprometimentos da doença, independente do momento (planejamento ou ajuste do andar). Esperava-se que os comprometimentos motores da doença fossem preditores das variáveis estudadas, especialmente do comprimento do passo. Entretanto, nos 3 passos antes da subida dos degraus (planejamento), o nível de atividade física e os comprometimentos psíquicos da DP foram preditores isolados dessa variável nesse momento, talvez indicando a importância de componentes psicológicos e cognitivos no planejamento da tarefa.