Resumo

Esta pesquisa procura compreender a circulação e as apropriações do americanismo, movimento político-cultural que nasce a partir da hegemonia interna desenvolvida pelos Estados Unidos da América e que se torna modelo de modernidade para outros países. Utiliza, como referencial teórico-metodológico, o repertório da Nova História Cultural, bem como o modelo indiciário fundamentado na microhistória italiana. Como fonte documental, faz uso das publicações periódicas da Educação Física que circularam no Brasil na primeira metade do século XX. A análise do corpus documental indica que, a partir de 1932, com a publicação dos primeiros periódicos da Educação Física, é observável a circulação e a apropriação das representações sobre o americanismo, cujos traços culturais permeiam as práticas esportivas e a forma escolar da Educação Física. Mais que isso, os indícios apontam para uma estratégia de divulgação do modo de vida americano, síntese de eficácia e modernidade, especialmente nas revistas publicadas por editoras comerciais que fazem mais referências aos Estados Unidos que as publicações de editoras autárquicas, utilizando para isso, algumas vezes, o movimento pan-americanista, havendo ainda a circulação de publicidade de produtos e bens de consumo produzidos por indústrias americanas. Podemos constatar ainda que, embora não possa ser caracterizada como um locus de difusão do americanismo, a Associação Cristã de Moços contribuiu com essa circulação e consequente apropriação do americanismo pelo fato de ter sido trazida para a América do Sul por americanos que, em suas atividades, trouxeram imagens da cultura americana como o ápice da modernidade

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