Resumo
Esta tese trata da investigação de determinações advindas das relações trabalho-capital, trabalho-lazer, trabalho-produção do conhecimento, trabalho-formação de professores e das categorias práxis social, alienação e luta de classes. Encontra-se integrada ao Grupo de Estudo e Pesquisa em Educação Física, Esportes e Lazer – LEPEL, da Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia - UFBA, que estuda e pesquisa problemáticas significativas que envolvem a formação de professores, a produção de conhecimento, o trabalho pedagógica e as políticas educacionais, que têm impacto na incorrigível lógica do capital sobre a educação no Brasil. Situa-se entre os estudos que investigam o objeto a partir de categorias e leis da dialética, enquanto lógico e teoria do conhecimento histórico. Levanta enquanto pergunta científico-investigativa: Quais os pressupostos ontológicos da produção do conhecimento lazer da pós-graduação em Educação Física no Brasil, considerando o período de 1972 a 2008 e que relações, nexos e contradições estabelecem no currículo de formação do professor de Educação Física da Região Nordeste, em vista a necessidade e as possibilidades de apontar pressupostos ontológicos de uma práxis do trabalho-lazer, cujo projeto histórico de sociedade seja o comunismo. É uma pesquisa documental que desenvolve em sua metodologia: 1. Levantamento de fundamentos teóricos bibliográficos; 2. Levantamento e análise de dissertações e teses sobre o conhecimento lazer no Brasil – 1972 a 2008; 3. Levantamento e análise do programa da disciplina Recreação I do Curso de Licenciatura em Educação Física da FACED/UFBA. Levanta uma hipótese em três fundamentos: 1. A concepção dos pressupostos ontológicos existentes na produção e organização do conhecimento do lazer produzido na pós-graduação não considera as formações econômicas como determinantes do ser social e suas relações de produção. 2. A lógica de modelo neoliberal que vem sendo instituída nas universidades, que se produz e reproduz a partir do trato com o conhecimento da pós-graduação, por não estabelecer uma produção rigorosa de análise crítica sobre trabalho/capital, trabalho-lazer na formação econômica capitalista, torna-se elemento mediador acrítico nos fundamentos teóricos das disciplinas dos currículos de graduação de professores de Educação Física; 3. A formação de professores de Educação Física não se compromete com uma consistente base teórica voltada para o trabalhador concebido como sujeito social. Aponta nas considerações finais que em 90% da produção, os pesquisadores desconhecem os objetos da realidade concreta do mundo, considerando a identificação e domínio de suas leis em desenvolvimento; desconsideram nos estudos um modo que não seja o ditado pelo capital; ao generalizar a práxis social do lazer exercem sobre a realidade do mundo uma influência recíproca, não contribuindo para o seu desenvolvimento em vista a outras possibilidades superadoras. Portanto, as proposições superadoras devem ser colocadas em três graus de complexidade: 1. o que cabe as esferas governamentais – o poder público; 2. o que cabe nas esferas das organizações de classe – a luta que transcende a própria universidade; 3. o que cabe na esfera da autonomia universitária e portanto no projeto da instituição, do curso e do programa dos professores. É dentro do enfrentamento concreto na luta de classes, considerando o que aponta a ontologia do ser social, que encontramos os indicadores de que somos sujeitos da história e podemos orientar ações – teleologia – para a construção de outro projeto histórico, outra formação econômica, outro modo de vida. E podemos fazer isto na produção do conhecimento científico e nas disciplinas que orientamos na graduação de cursos de formação de professores de Educação Física que terão como campo de atuação profissional e de desenvolvimento do trabalho pedagógico e como objeto de estudo o par dialético “Trabalho-Lazer”.