Resumo

O aumento do sobrepeso e da obesidade em todo o mundo ganhou status de pandemia, devido sua alta prevalência, inclusive em países em desenvolvimento. Essa elevada prevalência se estendeu à população infanto-juvenil, transformando o assunto caso de saúde pública. Estudos em grandes centros e em capitais são bem elucidados na literatura, no entanto, estudos em cidades de pequeno porte são escassos devido à distância de centros universitários, mas necessários para visualizar como se dá o crescimento da obesidade de uma forma geral, já que muitas justificativas estão atreladas ao ambiente de cidades grandes. Sendo assim, o objetivo desse estudo é analisar a prevalência dos fatores de risco para doenças cardiovasculares em escolares de uma cidade de pequeno porte no oeste do Paraná. Participaram desse estudo escolares de 10 a 18 anos, matriculados no ensino fundamental e médio do município de Formosa do Oeste e seus pais. O estudo foi dividido em duas fases. Na primeira fase, foram realizadas medidas antropométricas (ES, MC, IMC, CC), composição corporal (%G), PA e o teste de aptidão física relacionada à saúde (flexibilidade, resistência muscular localizada e aptidão cardiorrespiratória), com os escolares (n = 259 alunos matriculados). Para a segunda etapa, os escolares foram sorteados para realizar as coletas de sangue para análise do perfil lipídico, juntamente com os seus pais. Os pais dos alunos sorteados também realizaram análises das medidas antropométricas (ES, MC, IMC, CC), composição corporal (%G) e PA. De acordo com a classificação do IMC sobrepeso, obesidade e obesidade severa, os meninos apresentaram 38% e as meninas 23,2% de prevalência, respectivamente. Quando analisado o %GC, os valores de risco e risco elevados corresponderam à 50,4% entre os meninos. A AFRS de maneira geral é insatisfatória, destacando alta prevalência no domínio fraco, principalmente dos escolares que já possuíam algum grau de sobrepeso e obesidade, contribuindo ainda mais para elevar a preocupação com a saúde e aumentando o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Para as demais variáveis, CC elevada, a PAS elevada e a PAD elevada, também apresentou maior prevalência entre os escolares do sexo masculino. A prevalência da obesidade nos pais dos escolares deu-se maior entre as mães, assim como maior chance de risco (6,7 vezes) de mães obesas terem filhos com a mesma situação. Pode-se concluir que, mesmo em cidade de pequeno porte, a prevalência de fatores de risco para doenças cardiovasculares se assemelham aos parâmetros encontrados em grandes centros, sugerindo que mesmo com ambientes mais seguros, sem fast-food, o comportamento de risco como sedentarismo e maus hábitos são os mesmos.

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