Resumo

Existe uma relação positiva entre prática suficiente de atividade física e prevenção/controle de vários agravos à saúde. Mesmo assim, cerca de 2/3 da população mundial de adolescentes com idade inferior a 15 anos é inativa fisicamente. Em adolescentes brasileiros, a prevalência de inatividade física varia de 39% a 93,5% dependendo, entre outros fatores, da faixa etária e da população. Conhecer os padrões de atividade física é fundamental para elaboração de estratégias e programas de incentivo à prática de atividade física. Objetivo: avaliar a prevalência de inatividade física e fatores associados em adolescentes de 10 a 14 anos na cidade de Londrina, PR. Metodologia: Foi realizada uma amostragem representativa da zona urbana de Londrina em 2010. A atividade física foi avaliada por meio de questionário, abordando aspectos de deslocamento para escola, atividades realizadas no ambiente escolar e de lazer. Nível socioeconômico foi estimado pela ABEP. Medidas de peso e estatura, bem como circunferência de cintura foram coletadas para avaliação do estado nutricional e adiposidade central, respectivamente. Definiu-se como inatividade física a prática de atividade física inferior a 300 minutos por semana de atividades moderadas a vigorosas. Resultados: Foram entrevistados 441 adolescentes e a prevalência de inatividade física foi de 45,6% (61,84% nas meninas e 27,7% meninos; p<0,001). A inatividade física foi maior entre aqueles que perceberam a saúde como ruim (RP=2,09; IC95% 1,12-3,88) e não apreciavam quaisquer conteúdos na educação física escolar (RP=1,97; IC95% 1,58-2,47). A inatividade física foi menor entre aqueles que usavam o videogame por mais que 2h/dia comparada àqueles que usavam menor tempo (RP=0,36; IC95% 0,21-0,63). Conclui-se que a prevalência de inatividade física em adolescentes de Londrina é elevada e está associada a comportamentos modificáveis. Medidas de incentivo e estratégias para aumentar os níveis de atividade física dessa população são necessárias.

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