Procedimentos operacionais padronizados em academia da UDESC: a boa orientação começa em casa!

Por . Wladymir Külkamp (Autor),

Parte de Boas Práticas na Educação Física Catarinense 2014 . páginas 175 - 192

Resumo

A Carta Brasileira de Educação Física, editada no ano de 2000 durante o Fórum Nacional dos Cursos de Formação Profissional em Educação Física do Brasil, alertava para “... a imprescindibilidade da instalação urgente de um PROCESSO DE QUALIDADE em todas as ações inerentes a esta área, que possa provocar uma renovação nas reflexões e discussões nos próximos anos...” (CONFEF, 2000; p. 5) e acrescentava ainda que a busca dessa qualidade deveria acontecer nos mais diversos espaços como “...academias, clubes, condomínios, praias, áreas públicas e outras...” (CONFEF, 2000; p. 10). Sabendo que o sedentarismo continua a alastrar-se com viés epidêmico (SILVA et al., 2009; KNUTH et al., 2011), as universidades, e em especial os cursos de Educação Física de todo o Brasil, no que tange a sua responsabilidade na preparação de profissionais de Educação Física de qualidade, podem e devem contribuir por meio de projetos e ações que promovam a prática regular de exercícios físicos pela sociedade. Nesse contexto, a Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) – CAMPUS I, registrada no Sistema CREF/CONFEF sob o número CREF 001967-PJ/SC, tem concentrado esforços para atender as necessidades de sua comunidade interna (servidores e alunos) e externa (sociedade), proporcionado ações que possibilitam a realização de exercícios físicos em academia de acordo com procedimentos padronizados, o que contribui para a qualidade do serviço prestado e para aplicação e desenvolvimento do saber acadêmico, ampliando a valorização da Educação Física nesse contexto/ambiente. As atividades desenvolvidas na Academia-Escola Prof. Dr. Ruy Jornada Krebs (campo oficial de estágio do Curso de Bacharelado em Educação Física) e no Projeto de Condicionamento Físico para a Comunidade, ambas ações da UDESC, seguem critérios baseados em normas internas de boas práticas técnico-pedagógicas (UDESC, 2010), implantadas desde 2010 e revisadas anualmente, que visam padronizar o diálogo, o discurso e a intervenção dos profissionais de Educação Física e dos estagiários, especialmente no que diz respeito aos termos técnicos e nomenclaturas utilizadas, bem como aos procedimentos adotados na avaliação e prescrição de exercícios físicos. Essas normas foram organizadas em forma de cartilha didática-pedagógica, sendo seu conteúdo elaborado de acordo com referenciais teóricos de prescrição de exercícios físicos voltados à saúde (ACSM, 2009; HASKELL et al, 2007; FLECK e KRAEMER, 2006), incluindo também a orientação sobre condutas éticas (CONFEF, 2013) e de primeiros socorros. Durante a revisão da cartilha no ano de 2013, teve início a padronização dos procedimento operacionais, que são o foco do presente trabalho. O uso de procedimentos operacionais padronizados (POPs) está diretamente relacionado à qualidade de serviços e produtos em quaisquer áreas em que se apresentem (DAINESI e NUNES, 2007) e, apesar disso, sua utilização é pouco difundida em academias de musculação, onde pode ser percebida não apenas sua aplicabilidade, mas sua inerência e imprescindibilidade.