Resumo

Neste estudo, foram sujeitos 28 corredores do sexo masculino, com idades de 21 a 41 anos, pesos de 52,6 a 72,0 Kg e estaturas de 1,59 a 1,82 m. Este grupo era composto por atletas amadores de elite, e por atletas membros da seleção brasileira de atletismo. Num subgrupo de 20 corredores, comparamos os resultados de freqüência cardíaca (FC) e velocidade de corrida nas concentrações de 2,; 4,0 e 8,0 mmol x 1-1 de lactato, obtido no laboratório e no campo. Para a avaliação de laboratório, utilizamos o protocolo com 4 estágios de 5 minutos, entremeados por 1 minuto de intervalo para coleta de sangue do lóbulo da orelha. Sendo que houve duas opções de velocidades para os estágios, que foram escolhidas de acordo com o nível de condicionamento dos atletas (15,01; 17,08; 18,11 e 19,15 ou 17,08; 19,15; 20,18 e 21,22 Km x h-1). O teste era realizado com a esteira no plano e após 10 minutos de aquecimento a 11,0 Km x h-1. Na pista de atletismo, cada atleta correu por 4 vezes a distância de 1.600 m, com velocidades progressivas que eram relacionadas ao nível de condicionamento (14,5; 16,5; 17,5 e 18,5 ou 16,5; 18,5: 19,5 e 20,5 Km x h-1). O intervalo de 1 minuto entremeava os estímulos, e o aquecimento era administrado pelo próprio atleta. Os dados obtidos tiveram boa concordância para as FC estudadas (FC 2,0 mM, r = 0,75, p 0,001; FC 4,0 mM, r = 0,74, p 0,001 e FC 8,0 mM = 0,47 N.S.) e para as velocidades (V 2,0 mM, r = 0,70, p0,001; V 4,0 mM, r = 0,80 p0,001 e V 8,0 mM, r = 0,83 p0,001). Outro subgrupo de 8 corredores, foi submetido a 2 testes de campo subsequentes. Neste caso, os dados obtidos foram melhores para FC (FC 2,0 mM, r = 0,72 p0,05; FC 4,0 mM, r = 0,95 p0,001 e FC 8,0 mM, r = 0,78, p0,05) e para as velocidades (V 2,0 mM, r = 0,87 p0,001; V 4,0 mM, r = 0,91, p 0,002 e V 8,0 mM, r = 0,94 p 0,001). As amostras de sangue foram analisadas pelo método eletroenzimático (YSI 1.500 SPORT. Yellow Springs Inc. Co: USA) e as FC com o monitor POLAR PACER (Polar Electro Inc. - Finland). Outro subgrupo de 19 corredores teve suas velocidades de corrida em laboratório, nas concentrações deste estudo, e suas idades (I) correlacionadas com o desempenho na corrida de 5.000 m. Os coeficientes de determinação foram V 2,0 mM e I, R2 = 0,7450: V 4,0 mM e I, r2 = 0,7742 e V 8,0 mm e I, r2 = 0,7484. Finalmente, o último subgrupo de 24 sujeitos, teve suas velocidades obtidas no teste de campo, correlacionadas com o desempenho nos 5.000 m. No caso da V 2,0 mM o melhoramento da previsão com a inclusão da idade, foi significativa. Assim, obtivemos os coeficientes de determinação de: V 2,0 mM e I, r2 = 0,8489; V 4,0 mM, r2 = 0,8078 e V 8,0 mM, r2 = 0,7249. Concluímos então, que o protocolo proposto substitui de forma satisfatória o teste de laboratório. E ainda, podem haver vantagens biomecânicas no teste de campo, quando as condições climáticas são favoráveis.

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