Resumo

Introdução: O randori é o treino de luta do judô, assim como de outras artes marciais japonesas. Diferente do shiai que é a luta realizada em torneios, o randori tem como base o kuzushi que é a ação de promover o desequilíbrio do oponente. É no randori que o praticante tem a oportunidade de experimentar desestabilizar o outro para aplicação de golpes, ao mesmo tempo em que atenta-se para defender-se de um possível ataque, porém, Jigoro Kano (o criador do Judô Moderno) salientava já em meados de 1920 que esta prática estava sendo deteriorada e aponta em seus escritos tanto suas características quanto os motivos de sua crítica. Objetivo: Apresentar as características do randori segundo os escritos de Jigoro Kano. Metodologia: Pesquisa bibliográfica de natureza qualitativa. Resultados: Identificou-se que para Jigoro Kano, a execução do randori tem como características: a posição natural ereta como a postura ideal, sem inclinar o corpo para frente e deixar os braços rígidos e estendidos; a realização predominante da pegada gola e manga (manobra base para o aprendizado) com leveza e sem muita força para o praticante conseguir atacar e agir com velocidade e instantaneamente; manter-se relaxado, pois a postura rígida exige um esforço desnecessário provocando cansaço e desperdício de energia; e, a busca pela proximidade do oponente, para segurar em sua roupa, mão, braço ou pescoço para arremessá-lo ao chão e imobilizar. Conclusões: Jigoro Kano ressaltava em seus escritos que estes aspectos eram aprimorados conforme o avanço do aluno de judô no ensino da arte, porém, que era notório os combates mais voltados para o shiai do que para a oportunidade de aprendizado que é promovido pelo randori, algo que ainda é percebido na atualidade e que foge do princípio do kusushi tão defendido por Kano Shihan.