Resumo


A Ginástica Artística possui um sistema de pontuação qualitativo no qual a apreciação subjetiva é pautada por um intrincado conjunto de regras que visa garantir uma classificação justa dos competidores. Frequentemente, devido a essa característica qualitativa do processo avaliativo da Ginástica Artística, seja através da mídia ou em manifestações públicas durante os eventos competitivos, podemos constatar a insatisfação de atletas, treinadores e do público acerca das notas obtidas, isto é, sobre a avaliação realizada. Compreendemos que quanto maior for o nível técnico da competição, mais sutis serão as diferenças nas apresentações dos atletas e, por conseguinte, maior será a importância da precisão da arbitragem para determinar os ginastas campeões. Parte da complexidade desse sistema de avaliação reside na formação adequada e especializada dos árbitros, assim como na necessidade de atualização constante e experiência em competições dos mesmos. Dito isso, objetivamos discutir aspectos distintos inerentes à arbitragem na Ginástica Artística Masculina brasileira. Metodologicamente realizamos um estudo descritivo exploratório, cuja coleta de dados ocorreu por meio de entrevistas semiestruturadas com especialistas da modalidade que atuam diretamente com a arbitragem. Para a organização e o tratamento dos dados, recorremos à Análise de Conteúdo, segundo os pressupostos estabelecidos por Laurence Bardin. Os resultados destacam avanços consideráveis na formação e nas condições de atuação dos árbitros brasileiros, assim como o incentivo para que continuem a se aprimorar na carreira. No entanto, a escassa oferta de cursos dificulta o aprimoramento da arbitragem, bem como o aumento da quantidade de árbitros. Aspecto que, consequentemente, afeta o desenvolvimento da modalidade no país.
 

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