Relação Entre Presença de Esteatose Hepática, Síndrome Metabólica, Risco de Desenvolvimento de Diabetes Tipo 2 e a Inatividade Física em Mulher
Por Carla Giuliano de Sá Pinto Montenegro (Autor), Marcio Marega (Autor), José Antonio Maluf de Carvalho (Autor), Rafael Matias Pitta (Autor), Luis Felipe Tubagi Polito (Autor), Danilo Sales Bocalini (Autor), Fabio Luis Ceschini (Autor), Luana Queiroga (Autor), Mayra Trevisani (Autor), Aylton José Figueira Júnior (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
INTRODUÇÃO: O desenvolvimento de doenças metabólicas está associado a diferentes hábitos de vida com especial atenção para a qualidade da alimentação, consumo de álcool e nível de atividade física. Dentre as doenças metabólicas destacamos o diabetes tipo 2 por estar apresentando aumento na prevalência na população mundial (415 milhões de pessoas, sendo 195 milhões mulheres) o que poderia se associar com o desenvolvimento da esteatose hepática. Desta forma, a relação entre esteatose hepática, diabetes e síndrome metabólica em função do nível de atividade física não está totalmente esclarecida na literatura, principalmente em mulheres. OBJETIVO: Avaliar a relação entre a presença de esteatose hepática, síndrome metabólica, risco de desenvolvimento de diabetes tipo 2 e o nível de atividade física em mulheres. MÉTODOS: Foram avaliadas 454 mulheres (média de idade 36.6 ± 6.9 anos), que realizaram a revisão continuada de saúde do Hospital Israelita Albert Einstein entre janeiro e dezembro de 2011. Para avaliar a presença de esteatose hepática, foi realizado exame de ultrassonografia por médico especializado. A síndrome metabólica foi avaliada pela presença dos critérios de diagnóstico estabelecidos pela International Diabetes Federation. O risco de desenvolvimento de diabetes foi avaliado de acordo com a aplicação do questionário FINDRISC, podendo caracterizar o risco como baixo, moderado ou alto/muito alto. Para determinar o nível de atividade física, foi aplicado a versão curta do International Physical Activity Questionnaire (IPAQ), classificando os indivíduos em sedentários (que não realizam mínimo de 10 minutos semanais de atividade física), insuficientemente ativo (que realizam de 10 a 149 minutos semanais de atividade física) e ativos (que realizam mais que 150 minutos de atividade física semanais). A análise estatística foi realizada com teste qui-quadrado com p<0,05 e teste de Coeficiente de Yule; o programa utilizado foi o SPSS 17.0. RESULTADOS: Os dados mostram que mulheres que atingem a recomendaçãoo de realizar 150 minutos de atividade física semana apresentam menor prevalência de esteatose hepática (15,38%). 44,45% das mulheres com síndrome metabólica eram sedentárias e 44,45% eram insuficientemente ativas. Nenhuma mulher com risco alto/muito alto para desenvolvimento de DM2 realizava 150 minutos semanais de atividade física, 66,67% das mulheres eram sedentárias e 33,33% delas era insuficientemente ativas, indicando que cumprir a recomendação de atividade física da OMS pode ser considerada fator de proteção para tal. CONCLUSÃO: Considerando que a atividade física promove um fator de proteção de alterações no peso corporal, dislipidemia, aumento de HDL, os dados mostram que mulheres ativas apresentam menor prevalência de esteatose hepática, síndrome metabólica e consequentemente menor risco de desenvolvimento de DM2.