Resumo

Esta pesquisa tem como objeto de estudo as relações pedagógicas da Educação Física com crianças e adolescentes em tratamento oncológico, sistematizadas por meio de jogos e brincadeiras. Os objetivos são: a) Analisar, a partir do projeto de extensão “Brincar é o Melhor Remédio”, os desafios e as possibilidades das relações pedagógicas da Educação Física com crianças e adolescentes em tratamento oncológico; b) Discutir, a partir das relações pedagógicas vivenciadas no projeto, possíveis pressupostos didático-pedagógicos para a Educação Física mediar conhecimentos com crianças e adolescentes em tratamento oncológico; e c) Discutir, com base na experiência vivenciada, o processo formativo de professores de Educação Física para mediação pedagógica com crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Para tanto, utiliza como metodologia a Pesquisa-Ação Colaborativa, que permitiu mediar as relações pedagógicas da Educação Física no projeto “Brincar é o Melhor Remédio”, as análises dos conhecimentos provenientes dessas relações e os processos formativos delas decorrentes. São sujeitos da pesquisa 88 crianças e 43 adolescentes em tratamento oncológico, os seus familiares e equipe multidisciplinar da Acacci (Pedagoga, Assistente Social, estagiária de Assistência Social e Educadora Social). Na Pesquisa-Ação Colaborativa, os dados foram sistematizados em diário de campo, imagens iconográficas paradas (fotos) e em movimento (vídeos), desenhos e narrativas dos sujeitos produzidas de forma espontânea no cotidiano do projeto. No processo de análise, os dados provenientes das diferentes fontes foram triangulados, em permanente diálogo com os pressupostos epistemológicos e teóricos que orientam a pesquisa. Como principais resultados, apontamos três encaminhamentos pedagógicos, sendo eles: entrada reativa, interação e mediação e as categorias que emergiram e foram analisadas a partir dessas relações pedagógicas, sendo estas: relação intergeracional, relação familiar, relação colaborativa e formação de professores. Os dados analisados apontam que a aproximação por meio da entrada reativa, associada aos processos de interação e mediação pedagógica, oportunizaram ações de descontração e alegria, que favoreceram a promoção de autonomia, autoria, criatividade e protagonismo das crianças e adolescentes em tratamento oncológico, nas quais puderam externar suas produções culturais e as diferentes formas de apropriação dos jogos e brincadeiras oportunizados pelo projeto.

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