Resumo

Historicamente, percebemos que o corpo feminino se tornou alvo de determinações e imposições (corpos higienizados, capazes de (re)-produzir filhos”apropriados” para o Estado) sociais (Moraes, 1996), às quais foi obrigada a se moldar, em busca de uma aceitação ou “normalidade”. Por outro lado, e indo na contra-mão desta normalidade, temos a mulher deficiente. Vistos como improdutivos, os deficientes são isolados e deixados à margem de um processo de construção histórica. Como então podemos discutir sobre o corpo da mulher com necessidades especiais ou deficiente, numa sociedade de eficientes, de corpos belos e saudáveis? Como perceber e retirar da marginalidade um corpo incapaz e assexuado e por vezes visto como doente: o corpo da mulher deficiente? Como participar de atividades de lazer um sujeito teoricamente improdutivo? Para adentrarmos nestas questões faz-se necessário recapitularmos a relação estabelecida ao longo da história com as mulheres, as deficientes visuais e o lazer, numa perspectiva de entendermos o processo que ainda hoje percebemos com esta população. Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa de mestrado que objetiva compreender as representações sociais de mulheres portadoras de cegueira congênita sobre sua deficiência e a interferência no desenvolvimento do seu lazer. A pesquisa qualitativa é a base do nosso estudo o qual estamos utilizando como metodologia o estudo das representações sociais, que está tendo como sujeitos da pesquisa mulheres portadoras de cegueira congênita que estudam no Centro de Apoio Pedagógico ao Deficiente Visual – CAP.

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