Resumo
Neste estudo, tivemos como tema central o fenômeno da corporeidade, numa perspectiva filosófica, compreendendo o homem na sua unidade existencial. Nosso objetivo pautou-se em verificar as concepções de corpo e corporeidade de professores de Educação Física e alunos de uma escola pública, bem como analisar as conseqüências desse entendimento no seu fazer pedagógico. No estudo teórico buscamos contextualizar o corpo desde a época primitiva até a contemporaneidade. Como metodologia utilizamos o estudo de caso envolvendo professores de Educação Física e alunos da 4ª e 8ª séries do ensino fundamental de uma escola pública. Para a realização das investigações, fizemos uso da entrevista narrativa, individualmente e em grupos sob a forma de seminários, e a observação participante nas aulas de Educação Física e recreio. Concluímos que o entendimento de corpo que ainda permeia entre professores e alunos, é uma concepção de corpo-objeto. Ficou evidente, nesta pesquisa, que por meio do disciplinamento que ocorre nas aulas de Educação Física, os corpos vão tornando-se dóceis, reprimidos e instrumentalizados, a serviço alheio à própria dinâmica do ser corpo. Dessa forma, a vida de cada corpo-sujeito não é considerada. Apesar de todos os mecanismos de opressão a que os corpos são submetidos, estes conseguem abrir espaços, ainda que por breves momentos, nas aulas de Educação Física e no recreio, fazendo-se corpo-sujeito, re-significando a corporeidade.