Resumo

O esporte paralímpico tem se destacado no cenário mundial e com isso tem chamado o interesse de cientistas do esporte. Dentro da perspectiva de esporte de alto rendimento, a literatura atual demostra que as altas demandas oriundas do esporte de excelência exigem do atleta preparação e dedicação adequadas para o contexto. Desta forma, a preparação física e psicológica passa a ser um fator considerado como diferencial entre os atletas. Esta dissertação está dividida em três estudos. O Estudo 1 teve como objetivo de revisar, de forma sistemática, os estudos sobre controle da carga do treinamento em modalidades individuais paralímpicas. Seguindo as diretrizes PRISMA (Preferred Reporting Items for Systematic Review and Meta-Analyses), quatro trabalhos foram selecionados e analisados por meio da análise de conteúdo. Os resultados demostraram que as variáveis de controle da carga do treinamento (percepção subjetiva do esforço (PSE) e variabilidade da frequência cardíaca) são mais utilizadas para monitorar a carga de treinamento, juntamente com variáveis psicológicas, bem como marcadores bioquímicos. Conclui-se que as principais variáveis para monitorar a carga de treinamento em atletas paralímpicos individuais durante o processo de treinamento são a variabilidade da frequência cardíaca e PSE e durante o período pré-competitivo alguns pesquisadores usam outras variáveis psicológicas e marcadores bioquímicos. O Estudo 2 analisou a relação das respostas do estresse pré-competitivo com o desempenho de atletas paralímpicos de atletismo em um microciclo. Os participantes foram 15 atletas paralímpicos de atletismo participantes da fase Norte-Nordeste do Circuito Paralímpico Brasileiro 2020. Os instrumentos utilizados foram o Questionário de Recuperação e Stress para Esportes (RESTQ-76) e o salto contra movimento (SCM) para medir o desempenho. A análise dos dados foi realizada por meio da Correlação de Pearson e Análise de Variância (p<0,05). Os resultados mostraram correlação negativa entre a subescala “qualidade do sono” e o SCM (r=-0,49) no primeiro momento. Verificou-se que o nível de recuperação foi significativamente maior do que o estresse nos três momentos (p<0,05). O SCM foi maior no último momento quando comparado aos dois primeiros momentos (p<0,05). Concluiu-se que apenas a qualidade do sono se correlacionou significativamente com o desempenho no primeiro momento. Porém, os atletas paralímpicos melhoraram o teste de desempenho (SCM), assim como a diferença entre estresse e recuperação diminuiu quando os atletas paralímpicos se aproximaram da competição. O estudo 3 comparou o nível de resiliência em função de variáveis sociodemográficas e indicadores de estresse e recuperação em atletas paralímpicos num período pré-competitivo. Participaram 107 atletas paralímpicos de atletismo (92 homens e 15 mulheres) participantes de um campeonato regional, que responderam a Escala de Resiliência de Connor-Davidson (CD-RISC) e o RESTQ-76. Os dados foram analisados por meio de análise de cluster, teste qui-quadrado e análise multivariada de variância (p<0,05). Os resultados revelaram que não houve diferença entre as variáveis sociodemográficas e de estresse em razão do perfil de resiliência. Em comparação com o cluster de baixa resiliência, os atletas paralímpicos com alta resiliência apresentaram maior pontuação no escore global de recuperação (p=0,049). Concluiu-se que atletas paralímpicos de atletismo com altos níveis de resiliência apresentam maior escores de recuperação no período pré- competitivo.


 

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