Resumo

A literatura tem demonstrado a importância da aptidão musculoesquelética na prevenção de doenças crônicas não transmissíveis. Embora as recomendações atuais de atividades físicas incluam aspectos de fortalecimento e a resistência muscular, pouco se conhece sobre os níveis de resistência muscular de crianças e adolescentes numa abrangência nacional. O objetivo deste estudo foi revisar sistematicamente a literatura para identificar a prevalência de crianças e adolescentes brasileiros que atendem aos critérios de saúde para a resistência muscular. Foi conduzida uma busca sistemática em quatro bases de dados (MEDLINE; Scopus; SciELO; LILACS), utilizando os termos “muscular endurance”, “muscle endurance”, “physical fitness”, “child”, “adolescent”, “adults”, “school” e correspondentes no idioma português. Foram encontrados 2.652 artigos (2.269 tiveram seu título e resumo lidos) e 70 foram elegíveis para leitura na íntegra. Dezessete estudos foram revisados e avaliados quanto ao risco de viés. Entre 32.661 crianças e adolescentes, apenas 40,2% dos meninos e 31,9% das meninas apresentaram resistência muscular abdominal adequada para a saúde, sendo que a maior parte dos estudos foi conduzida na região Sul do Brasil. A variabilidade nos procedimentos para avaliação da resistência muscular abdominal e nos pontos de corte utilizados para interpretação ocorreu devido à utilização de diferentes padronizações (PROESP/BR®, FITNESSGRAM® e AAHPERD®). Menos da metade dos adolescentes brasileiros de ambos os sexos tem resistência muscular abdominal adequada para a saúde. Estudos que investiguem as causas e as consequências da resistência muscular abdominal inadequada podem contribuir para estratégias de prevenção de doenças e promoção da saúde de crianças e adolescentes

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