Resumo
O foco desta tese está situado no universo das práticas corporais, que apesar de apresentar alguns avanços ainda é pautado por relações de gênero desiguais, repleta de preconceitos. Esse estudo é centrado em uma manifestação corporal específica, o skate, estigmatizada pela ideia de que essa é uma modalidade prioritariamente pertencente ao universo masculino. O objetivo principal foi investigar a constituição de processos colaborativos entre pares para a elaboração de uma proposta pedagógica libertadora de ensino e aprendizagem do skate para as aulas de Educação Física, que problematize as questões de gênero, construindo estratégias voltadas ao respeito e ao empoderamento das mulheres. Para o alcance desse objetivo, foi elaborada e constituída uma formação colaborativa sobre o processo de ensino e aprendizagem do skate e as questões de gênero, configurando um dos objetivos específicos dessa tese. Os procedimentos metodológicos utilizados fundamentaram-se na pesquisa qualitativa-colaborativa. Os(as) colaboradores(as) do estudo foram professoras(es) e estudantes de Educação Física, participantes dessa formação colaborativa. A análise textual discursiva foi a abordagem usada para interpretação e triangulação dos dados. Como resultados dessa tese: a) planejamos e implementamos essa formação colaborativa; b) descrevemos e analisamos a formação identificando 4 temas geradores 1) Mães sobre o skate: lugar de mulher é onde ela quiser 2) skate liberdade e/ou opressão 3) Gênero na Educação Física Escolar censura ou realidade? 4) Empoderamento das mulheres sobre o skate, temas esses que foram pertinentes nessa problematização das questões de gênero no processo de ensino e aprendizagem do skate; c) sistematizamos de forma colaborativa uma proposta pedagógica de ensino e aprendizagem do skate a partir de uma perspectiva libertadora, construindo ações de empoderamento e respeito às mulheres no esporte; d) apresentamos e partilhamos essa proposta pedagógica para subsidiar o processo de ensino e aprendizagem sobre o skate. Com base nesses resultados, pode-se constatar também que a formação colaborativa foi uma experiência significativa no que se refere a um espaço de aprendizagem colaborativo entre pares ao identificarmos potencial formativo para desenvolver e aprofundar saberes no que tange sua ação pedagógica principalmente sobre as questões de gênero com foco no empoderamento das mulheres e o skate de forma emancipada (libertadora).
