Resumo

O presente estudo objetivou avaliar e comparar as respostas cardiorrespiratórias e neuromusculares a 16 semanas de treinamento intervalado de alta intensidade tradicional (HIIT-T); calistênico (HIIT-C) e contínuo de intensidade moderada (CONT). O estudo foi composto por 55 adultos jovens de 18 a 36 anos recrutados de modo voluntário e em seguida aleatorizados em três grupos: HIIT-T (n = 17); HIIT-C (n = 19); e CONT, o qual serviu de grupo controle (n = 19). Os grupos HIIT-T e HIIT-C realizaram 8 séries de esforço de 20 s com intensidades de 130% da velocidade associada ao consumo máximo de oxigênio (vVO2máx) e all-out, respectivamente, alternadas com 10 s de recuperação passiva, ao passo que o CONT treinou 30 min entre 90-95% da frequência cardíaca (FC) correspondente ao segundo limiar ventilatório (LV2), todos com três sessões semanais. Antes e após o programa, os sujeitos foram avaliados quanto as variáveis cardiorrespiratórias: consumo máximo de oxigênio (VO2máx) e VO2 e FC correspondentes ao LV2, assim como economia de corrida (ECO) em velocidade submáxima. Ainda, foram mensuradas variáveis neuromusculares, a saber: amplitude eletromiográfica máxima (EMG) e submáxima (EMG50) dos músculos reto femoral (RF), vasto lateral (VL) e deltoide anterior (DA) em teste de contração isométrica voluntária máxima (CIVM), assim como a potência máxima (POT) absoluta e relativa e a altura de salto nos saltos contramovimento (CMJ) e agachado (SJ) e a taxa de desenvolvimento da força (TDF) média e pico no salto CMJ. Observaram-se incrementos significativos no VO2máx (HIIT-T: 20,25%; HIIT-C: 15,85%; CONT: 22,29%), vVO2máx (HIIT-T:12,66%; HIIT-C: 6,10%; CONT: 13,40%), LV2 (HIIT-T: 21,80%; HIIT-C: 12,29%; CONT: 14,74%), ECO (HIIT-T: 7,14%; HIIT-C: 13,36%; CONT: 5,42%), altura de salto CMJ e SJ (HIIT-T: 8,53 e 3,06%; HIIT-C: 6,41 e 10,40%; CONT: 2,18 e 4,37%, respectivamente), POT absoluta no salto SJ (HIIT-T: 1,68%; HIIT-C: 6,35%; CONT: 0,51%), POT relativa nos saltos CMJ e SJ (HIIT-T: 3,88 e 1,23%; HIITC: 3,10 e 4,83%; CONT: 0,58 e 1,85%, respectivamente); TDF média e pico no CMJ tanto em 50 ms (103,34% e 68,20%) e 100 ms (44,53% e 44,61%) respectivamente, todos sem diferenças entre os grupos. Para a vLV2 também foram observadas melhoras em todos os grupos, porém, o HIIT-T melhorou mais (17,19%) em comparação aos demais (HIIT-C: 8,16%; CONT: 14,83%). Quanto a POT absoluta no salto CMJ houve aumento apenas nos grupos HIITT (4,37%) e HIIT-C (4,54%) e não no CONT (-0,75%). Ademais, não houve incrementos na EMG para os músculos RF e VL em nenhum dos grupos em conjunto com uma redução na amplitude EMG no DA. Contrariamente, os resultados de EMG50 revelaram aumento nos músculos RF (HIIT-T: 41,74%; HIIT-C: 16,83%; CONT: 78,40%) e VL (HIIT-T: 30,23%; HIIT-C: 29,46%; CONT: 59,17%) sem diferenças entre treinos e, no DA, a amplitude EMG50 aumentou apenas no grupo HIIT-C (~135%). Conclui-se que os três protocolos são igualmente eficientes para melhora da potência aeróbia máxima, assim como do segundo limiar ventilatório e das forças reativa e explosiva em até 16 semanas de treinamento. Ainda, os treinos não foram capazes de aumentar a amplitude do sinal EMG ao mesmo tempo em que incrementaram a EMG50 nos músculos RF e VL. Por fim, o HIIT-T incrementou mais a vLV2 em esteira, enquanto que o HIIT-C foi o único grupo capaz de melhorar a EMG50 no DA

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