Resumo

Ao longo do século XX o gênero romance policial tornou-se popular em praticamente todo o mundo. O esporte, fenômeno eminentemente moderno, é um espaço social onde muitos de seus protagonistas, principalmente aqueles envolvidos com modalidades de grande visibilidade midiática, cometem atitudes que podem ser consideradas criminosas: envolvimento de atletas de futebol em assassinatos, dirigentes e agentes como organizadores de esquemas de corrupção, combinação de resultados de partidas, enfim. Todos esses exemplos rompem com a característica máxima do campo esportivo, que é a valorização de seus atores como herois que superaram diferentes obstáculos para atingir o auge da carreira, demonstrando a presença de anti-heróis no meio. O objetivo, portanto, é analisar a expressão desses fatos como um dos elementos que articulam a obra do escritor norte-americano Harlan Coben, em sua série de romance policial “Myron Bolitar”, cujo primeiro caso revela um atleta como transgressor, rompendo com o mito do esporte purista e moralista. Tomando o contexto social como componente que estrutura a obra literária, assim como o meio ao qual o autor está inserido, neste caso, os Estados Unidos da América e a perspectiva de esporte que circunda o país, constata-se que tais práticas podem servir artisticamente para criação de cenários onde habitam vilões, tipos caricatos que figuram em obras consagradas pelo suspense da investigação, estipulando a realidade como fonte para estruturação do enredo.

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