Resumo

Este artigo examina as experiências, negociações e a consolidação de carreiras desportivas de jogadores africanos de futebol que se transferiram entre 1949 a 1975 para uma metrópole sitiada politicamente. Apesar das vivências particulares e de certa forma extraordinárias destes indivíduos, uma análise detalhada às suas carreiras indicia a existência de continuidades e similaridades com as estratégias laborais africanas clássicas. Nomeadamente constatou-se o recurso ao aconselhamento profissional de colegas mais experientes (i.e., outros jogadores) e o facto de estas migrações secundárias terem como objetivo a procura de melhores condições de vida e de trabalho. Neste artigo demostra-se ainda que o processo de assimilação cultural se iniciava nos “espaços coloniais” urbanos africanos, e que tal contribuiu para minorar o processo de adaptação em Portugal.

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