Ser ou Não Ser Civilizado: Eis o Futebol
Por Marizabel Kowalski (None), Marizabel Kowalski (Autor).
Em IV Encontro Nacional de História do Esporte, Lazer e Educação Física - CHELEF
Resumo
Este texto tem como objeto cie estudos a conduta competitiva e esportiva na sociedade capitalista pós Revolução Industrial. A abordagem central que o conduz, focaliza o comportamento típico do homem civilizado ocidental diante das situações ocorridas no processo civilizador3, o qual desencadeou a estruturação das bases das relações materiais, econômicas e sociais, juntamente com o modo de pensar suas instituições políticas e suas leis. No decorrer dos acontecimentos que nortearam este processo, o comportamento humano mudou a tal ponto de gerar a diferenciação social. Neste tempo, mais do que antes, o dinheiro torna-se a base das disparidades sociais. A conduta humana e dos sentimentos tornam-se estritos, mais diferenciados, abrangentes, mais equilibrados e moderados. Com o avanço do processo civilizador, no final do século XIX, reaparece os Jogos Olímpicos. Desta forma, "o homem é um jogador nato; o jogador; com normas de conduta, é um esportista. Esse sentimento de satisfação, de realização e de sublimação acontece, sobretudo quando há competição"4. Podemos dizer, então, que a competição é um jogo agonístico, na medida em que não constitui uma simulação, uma simples brincadeira, uma vez que o que está em jogo são condutas construídas por um processo civilizador, onde o valor mediático da vitória e do talento possue também um valor pecuniário. Portanto, esta pesquisa tem como problema central a realização da investigação a respeito do desenvolvimento do esporte, o qual pelo processo civilizador, acrescenta-se na evolução global do código de sentimentos e da conduta do indivíduo historicamente determinado, tendo como objeto de análise o futebol brasileiro. Como ponto de referência cita os acontecimentos dos meses de junho e julho de ano de 1996, na realização da 26a Olimpíada da Era Moderna, em comemoração do Centenário Olímpico. Há um século exato, Charles MILLER trazia ao Brasil uma modalidade esportiva nunca antes vista pelos brasileiros. Desembarcou em São Paulo, vindo da Inglaterra, com duas bolas de couro na bagagem e uniformes para montar um time de um esporte que mais tarde viria a transformar-se em "paixão nacional". Está certo que MILLER não teve que lidar com hábitos primitivos e , afinal de contas, acabou disputando as primeiras peladas com quem já sabia as regras do jogo. Através do processo civilizador, ocorrido entre o século XV e XIX, foram mais de trezentos anos para o nascimento do esporte. Até então, muitas coisas mudaram durante este processo, e que marcaram a coincidência dos 100 (cem) anos do futebol no Brasil, com a participação brasileira no Centenário Olímpico de Atlanta.