Resumo

O slackline é a versão atual da corda bamba circense. Ele se difundiu no início de século XXI através de escaladores que criaram linhas suspensas a dezenas de metros de altura em penhascos nos Estados Unidos e hoje são vistos em praças, parques e ruas como forma de diversão e desafio de equilíbrio e concentração. Os jovens são o público que mais procura o slackline, e a idade avançada afasta as pessoas desta atividade, principalmente pelo risco de queda. Mas acredita-se que este exercício em base instável promove o ganho de equilíbrio nas pessoas, sendo um benefício ao público idoso pela necessidade de prevenção e quedas. O objetivo desta pesquisa foi verificar a percepção de idosos na prática de slackline. O método utilizado foi a pesquisa qualitativa com 34 idosos do PROSAMI da Universidade Nove de Julho. Foram aplicados exercícios sobre a fita durante 10 meses, com frequência de uma vez por semana. A coleta de dados dos questionários, das entrevistas, de um teste de equilíbrio e do diário de campo geraram as seguintes análises feitas a partir da hermenêutica: O medo de praticar foi diminuindo nas participantes; houve melhoria na realização de atividades diárias, como pegar ônibus e abaixar-se; a estratégia de aulas com exercícios na fita e no solo ajudou no controle corporal; mais da metade do grupo melhorou sensivelmente o equilíbrio e a força de membros inferiores em apoio unipodal; o ambiente de sociabilidade das aulas favoreceu o interesse pela prática. Conclui-se que o slackline pode favorecer aspectos físico/motores em idosos e contribuir para a saúde dos idosos no sentido de prevenir quedas, além disso, o desafio proporcionado levou as idosas a refletir sobre o futuro, isto é, acreditar no potencial de resolver problemas a partir de suas capacidades, e por fim, a sensação de liberdade e a auto confiança foi aumentada nas participantes deste estudo