Resumo

Checada a procedência analítica de se constituir o campo da educação física como objeto de estudo, a pesquisa problematiza as condições de possibilidade que permitiram o engendramento desse campo e reconhece que parte delas advêm do tributo que deve a educação física ao pensamento médico-higienista do Brasil no século XIX. Tributo até então identificado com o que se denominou de biologização da educação física, a tese central apresentada é que esse tributo deve ser reconhecido também e, principalmente, no processo de escolarização. A demonstração exigiu a compreensão do processo de engendramento do próprio campo médico e da produção da autoridade médica para arbitrar questões fundamentais à medicina e à higiene da época, dentre as quais, aquelas afetas à educação e à educação física. Exigiu, também, o esmiuçamento dos sentidos produzidos e circulantes quando em questão uma educação física bem como a análise dos eixos temáticos que lhe deram unidade no processo de escolarização. Por fim, buscou mapear a repercussão desses sentidos no âmbito escolar que lhe foi contemporâneo e proceder a uma breve síntese avaliativa do modo como as teses médico-higienistas se legitimaram, circularam e se modificaram ao final do século XIX.

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