Resumo

Este minicurso tem como objetivo apresentar os aspectos fundantes do Teatro do Oprimido, cuja elaboração prática e teórica remonta ao contexto histórico brasileiro e latino-americano dos anos de 1960, quando Augusto Boal, inspirado na obra Pedagogia do Oprimido de Paulo Freire, e atuando como - 26 - diretor em grupos de teatro profissionais e amadores, nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, e em outras da América Latina, reuniu uma série de ensaios teóricos e proposições práticas que culminam no Teatro do Oprimido. Tal elaboração teve como propósito difundir a prática teatral como forma de emancipação e humanização, deslocando o teatro da esfera exclusivamente profissional, daqueles e daquelas que são atores e atrizes, com objetivo de que toda e qualquer pessoa possa alfabetizar-se esteticamente, apropriar-se e desenvolver os recursos que o teatro disponibiliza como possibilidade crítica de percepção dos problemas sociais, históricos e culturais do meio no qual está inserido/a. Para isso, Augusto Boal propôs o cumprimento de quatro etapas básicas a serem realizadas: Primeira: Conhecer o próprio corpo, na qual desenvolvem-se uma série de exercícios para que os/as participantes reconheçam seu próprio corpo, suas limitações e suas possibilidades, deformações sociais e possibilidades de recuperação. Segunda: Tornar o corpo expressivo, ou seja, realização de jogos e exercícios em que o corpo é a única forma de expressão, abandonando formas usuais e cotidianas. Terceira: nessa fase os/as participantes começam a utilizar o teatro como linguagem, isto é, iniciam os processos de elaboração de cenas e improvisações. Quarta: denominada teatro como discurso, na qual os/as participantes elaboram de forma simples e objetiva um espetáculo que apresente suas próprias necessidades, conflitos e reivindicações. Assim, o minicurso pretende dialogicamente com os/as participantes, refletirexperimentar os principais recursos que compõem o Teatro do Oprimido.

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