Resumo
Este trabalho propõe uma aproximação entre a Pedagogia Griô e a Educação Física em uma tentativa de ruptura com o pensamento eurocêntrico imposto na escola. É uma pesquisa de cunho qualitativo que, através de uma autoetnografia e de grupos de discussão, busca compreender quais os sentimentos, sensações e reflexos que a Pedagogia Griô suscita em uma professora de Educação Física. Que transformações ela provocou em mim e como isso afeta minha prática pedagógica e os meus alunos e alunas. Durante o texto vou elaborando a tese de que a Pedagogia Griô pode ser uma possibilidade de se construir uma Educação Decolonial nas aulas de Educação Física. Para isso, descrevo o processo de formação em Pedagogia Griô e como ele foi afetando os diferentes âmbitos da minha vida; apresento o projeto Corpo e Ancestralidade, que coloco em prática, nas minhas aulas com turmas de 8º e 9º ano, as vivências da Pedagogia Griô e o que pensam as alunas e alunos sobre a Educação Física antes e após o projeto. Finalizo analisando questões sobre as quais o processo de formação em Pedagogia Griô me fez refletir, como o tempo, o lugar de fala, a branquitude e a maternidade.