Tendências Desenvolvimentos no Posicionamento da Cabeça Durante a Locomoção em Terrenos Irregulares
Por Lilian Teresa Bucken Gobbi (Autor), Aftab E. Patla (Autor), Cássia B. Lima (Autor).
Em VII Congresso de Educação Física e Ciências do Desporto dos Países de Língua Portuguesa
Resumo
A locomoção em terrenos irregulares requer que informações sejam percebidas para garantir a segurança do organismo. As informações visuais, neste caso, são as fontes mais ricas do arranjo ambiental e das relações entre os segmentos corporais e as características ambientais. No ciclo desenvolvimental, crianças tendem a utilizar as informações visuais continuamente. Com o objetivo de observar o posicionamento da cabeça durante a locomoção, dois experimentos foram realizados com variações no arranjo ambiental. No primeiro estudo, 40 crianças de 3 a 10 anos andaram sobre uma linha de 7,5 cm de largura e sobre um banco de 39 cm de altura, em 3 tentativas por bloco, sendo filmados no plano sagital. Os resultados evidenciaram que entre as tentativas, todas as crianças apresentaram grande flexão anterior da cabeça, com diminuição na linha na última tentativa. No segundo estudo, 19 crianças de 26 a 73 meses de idade foram convidadas a andar sobre um tapete e passar por sobre um obstáculo (antropometricamente personalizados e variando em altura) em cinco tentativas totalmente randomizadas. Dados cinemáticos da cabeça foram coletados através de OPTOTRAK (Northern Digital, Canadá) e revelaram que a idade afeta o ângulo de flexão da cabeça um ciclo de passada antes e após a ultrapassagem do obstáculo. A altura do obstáculo interferiu no ângulo de flexão da cabeça nas fases que antecedem e após sua ultrapassagem. Estes resultados permitem concluir que há tendências desenvolvimentais e de adaptação à tarefa no sentido da captura de informações visuais durante a locomoção em terrenos irregulares.