Tendinopatia Patelar
Por Moisés Cohen (Autor), Mário Ferretti (Autor), Frank Beretta Marcondes (Autor), Joicemar Tarouco Amaro (Autor), Benno Ejnisman (Autor).
Em Revista Brasileira de Ortopedia v. 43, n 8, 2008. Da página 309 a 318
Resumo
A tendinopatia do patelar ou jumper's knee (joelho do saltador) é uma afecção que acomete freqüentemente atletas praticantes de atividades de salto ou aquelas que exigem força de impacto repetitivo. Histologicamente, a sobrecarga excessiva no tendão pode provocar alterações na matriz extracelular, resultando em pequenas lesões que, cronicamente, poderão levar a um quadro de tendinose, principalmente na região do pólo inferior da patela. A dor na região anterior do joelho é o primeiro sintoma relatado pelo paciente portador dessa afecção. Seu início é insidioso e gradual, principalmente após atividade física, mas, com a progressão da doença, pode tornar-se freqüente durante ou já no início da atividade. O diagnóstico de tendinopatia do patelar é eminentemente clínico, caracterizado por dor à palpação no pólo inferior da patela e adjacências e, nos casos mais avançados, nódulo palpável e edema associado podem ser visualizados. Exames complementares, como radiografia, ultra-sonografia (US) e ressonância magnética (RM) auxiliam no diagnóstico. O US e a RM são os mais indicados, pois podem definir o local exato da lesão, sua extensão, como também identificar a presença ou não de alterações degenerativas, sendo a RM o que fornece melhor resolução. O tratamento inicial da tendinopatia é clínico, com repouso relativo, correção dos fatores etiológicos, além de crioterapia e medidas fisioterápicas. A utilização da medicação analgésica e antiinflamatória é controversa. Nos casos que não respondem ao tratamento clínico, o cirúrgico é opção, e várias técnicas são descritas, a literatura demonstrando índices variados de bons resultados.