Resumo

O objetivo da conferência é descrever o processo de mobilidade atlética (ou expatriação) de jogadores de futebol para outro país, analisar as dificuldades no processo de aculturação e fazer uma análise da psicologia intercultural como uma promissora perspectiva para o futebol. Com a globalização do futebol a cada ano o número de jogadores de futebol que joga em outro país que não o seu de origem chega aos milhares. Somente o futebol profissional brasileiro contemporâneo “exportou” no ano de 2010, 1029 jogadores para equipes de países estrangeiros De acordo com a CBF desse total de jogadores expatriados, 683 regressaram ao Brasil antes do final do primeiro ano, ou seja, 66% dos jogadores. Esses números levaram a alguns questionamentos: O que acontece com um jogador quando sai de seu país para jogar em outro culturalmente diverso? Estariam os dirigentes, gestores, técnicos, agentes, empresários e os próprios jogadores de futebol e seus familiares preparados para esta empreitada? Observações e evidências nos indicam que a resposta para essas questões é não. Assim, compreender as características da expatriação no esporte, fenômeno cada vez mais frequente, é crucial para o entendimento do sucesso ou do fracasso profissional de jogadores que vão jogar no exterior. A transição para jogar em outro país é uma questão complexa e, muitas vezes, problemática que infelizmente não tem sido considerada pelos jogadores, seus empresários ou clubes de futebol. A habilidade para se adaptar a novas culturas é um dos elementos mais importantes para o sucesso de um jogador de futebol expatriado. Morar em outro país é ter que se acostumar com outra língua, outra cultura, outro clima e, muitas vezes, com a distância da família, é ter que se estabelecer rapidamente no novo país e começar a jogar por uma equipe formada por jogadores e técnico desconhecidos. Além do mais, perspectivas irreais sobre a nova equipe associadas com uma carência de informações sobre o país podem criar problemas reais.

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