Treinamento de Força de Baixa Intensidade com Restrição do Fluxo Sanguíneo Promove Hipertrofia Muscular Sem Edema e em Menor Período de Tempo
Por Fabiano Freitas Shiromaru (Autor), Carla Silva Batista (Autor), Valmor Tricoli (Autor), Bergson de Almeida Peres (Autor), Emerson Teixeira (Autor).
Em 40º Simpósio Internacional de Ciências do Esporte SIMPOCE
Resumo
Introdução: O crescimento muscular obtido no início do treino de força de alta intensidade (TFAI) é resultante da hipertrofia e do edema causado pelo dano muscular. Não é conhecido se isso ocorre no treino de força de baixa intensidade com restrição do fluxo sanguíneo (TFRFS). O objetivo do estudo foi analisar e comparar a hipertrofia e o edema muscular após 12 sessões de TFRFS e de TFAI. Métodos: Quinze homens saudáveis (22,6 ± 4,6 anos; 77,7 ± 9,5 kg; 176,9 ± 5,4 cm) que não treinaram nos últimos 6 meses, executaram 12 sessões do exercício extensão unilateral de joelho. Em uma perna aplicou-se 4 sessões semanais do TFRFS (3 séries de 15 repetições a 30% 1RM) com um manguito colocado no terço superior da coxa, inflado a 80% da pressão total de oclusão. Na outra perna, aplicou-se o TFAI (3 séries de 8 repetições a 80% 1RM) em 2 sessões semanais. Ambos usaram 1 minuto de intervalo entre as séries. Área de secção transversa do vasto lateral (AST), edema muscular medido pelo tempo de relaxamento (T2-AST), e T2-AST normalizado pela AST (T2-AST/AST) foram avaliados antes, na 3ª e 6ª semanas. As variáveis dependentes foram analisadas pelo modelo misto com post hoc de Tukey (p≤0,05). Resultados: Comparado ao pré, houve aumento da AST na 3ª (1,3 ± 0,7 cm², P=0,043) e 6ª semanas (2,6 ± 0,9 cm², P=0,002) para o TFAI e na 3ª semana (2,5 ± 1,1 cm², P=0,001) para o TFRFS, sem diferença entre a AST do TFAI da 6ª semana com a AST do TFRFS da 3ª semana (P=0,837). Comparado ao pré, houve um aumento de T2-AST na 3ª (14,3 ± 3,3 unidades arbitrárias [U.A], P=0,0001) e 6ª semanas (6,8 ± 2,6 U.A, P=0,0001) para o TFAI, sem mudanças na 3ª semana para o TFRFS (P=0,177). No T2-AST/AST, a 3ª semana apresentou valores elevados comparados ao pré (0,35 ± 0,3 U.A/cm², P=0,002) e 6ª semana (0,42 ± 0,4 U.A/cm², P=0,001) do TFAI, sem mudanças para o TFRFS (P=0,439) (Figura 1). Conclusão: Concluímos que o crescimento muscular obtido inicialmente no TFRFS é causado de fato pela hipertrofia muscular.