Resumo

Os protocolos convencionais de treinamento resistido em escada (TRE) para ratos são extenuantes, delongados e sua aplicação em condições patológicas diversas pode atenuar seus efeitos benéficos. A proposição de novos protocolos de TRE, que não visem a exaustão e sejam realizados com cargas fixas, possibilitaria a obtenção de resultados fidedignos em modelos experimentais de doença. OBJETIVO: Propor novo método de TRE (carga fixa; [TRECF]) e comparálo ao protocolo convencional de cargas progressivas (TRECP) visando aplicação em ratos. MÉTODOS: 24 ratos Wistar (~250g) foram separados em Controle (C; n = 6); TRECP (n = 7) e TRECF (n = 7) e familiarizados (2 sem; 8 a 12 subidas; 3 séries consecutivas; 2min intervalo/série) a subir a escada. Após, realizaram o teste de carga máxima (TCmáx; 1ª. carga: 75% do peso corporal [PC] + 30g até a exaustão; 2min de intervalo/séries; a maior carga prévia à exaustão = máxima [CM]). O treinamento foi de 6 sem/3x sem. Foram efetuados 4 TCmáx (Inicial e nas 2ª, 4ª e 6ª sem de treinamento). TRECP: subidas sucessivas com 50%, 75%, 90% e 100% da CM + 30g, até a exaustão (carga de treino = maior obtida no dia anterior). TRECF: 8 séries; 1ª e 2ª.sem: 70% CM (2 subidas/série); 3ª e 4ª.sem: 80% CM (1 subida/série); 5ª. e 6ª. sem: 85% CM (1 subida/série). Foram avaliados PC (Δ), ingestão alimentar (IA), razão testosterona/cortisol (T/C), níveis de CK, peso dos tecidos musculares e adiposos e Δ TCmáx (entre 4º. e 1º. testes). RESULTADOS: ΔPC (g) foi menor (p = 0,001) nos grupos TRECP (66,8 ± 6,0) e TRECF (61,1 ± 13,8) se comparados ao C (92,6 ± 9,1); não houve diferença na IA. O peso da gordura epididimal (mg) foi menor (p = 0,02) em TRECP (3,60 ± 0,9) em relação ao C (5,12 ± 0,5), sendo C = TRECF (4,43 ± 0,9). O peso da gordura retroperitoneal (mg) foi menor (p = 0,03) em TRECF (2,53 ± 0,30), sendo TRECP (3,79 ± 0,63) < C (4,72 ± 0,53). O ΔTCmáx (g) foi maior (p = 0,006) em TRECP (443,0 ± 112,1) e TRECF (439,3 ± 102,0); (C:260,0 ± 76,3). A CM (g) de TRECF (633,3 ± 76,2) foi inferior (p = 0,02) a CM de TRECP (853,3 ± 122,6) no 4º. TCmáx. As demais varáveis não apresentaram diferenças estatísticas. CONCLUSÃO: Sugerimos a utilização do TRECF em ratos, pois reduziu igualmente o PC e o peso dos tecidos de gordura e não apresentou diferença no ΔTCmáx em relação ao protocolo convencional, mesmo sua CM tendo sido consideravelmente inferior ao TRECP no último TCmáx. A não alteração de T/C e CK denota, ainda, que ambos os protocolos não geraram o fenômeno do overtraining.

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