Resumo

O artigo pretende abordar a conformação de um circuito competitivo do futebol de várzea em Belo Horizonte associado a processos que foram fundamentais para a estruturação do meio esportivo no Brasil. Ao utilizar como fonte os debates de um jornal com estreitas ligações com a vertente mais popular dessa modalidade atlética, são examinadas oposições e interseções durante o desenvolvimento da expressão amadorista da prática e a consolidação de sua versão espetacularizada. Passada mais de uma década da regulamentação do pagamento de salários aos jogadores, observava-se a constituição de um mercado incipiente, incapaz de gerar rendas suficientes para a manutenção de um sistema de dedicação integral e exclusiva dos atletas. O cenário dos anos 1940 e 1950 na capital mineira ajuda a compreender como a definição dos circuitos de várzea e do futebol de espetáculo foi um processo longo, que teve na oficialização do profissionalismo, em 1933, apenas um de seus capítulos. Várias disputas seguiam em aberto naqueles tempos, quando as fronteiras entre os dois universos eram ainda muito indefinidas.

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