Resumo
Faremos aqui um esforço modesto de capilaridade de Ariano Suassuna, pois, vendo este autor como extremamente rico e polissêmico, é possível nos questionarmos: haveria a presença de corpos dançantes em suas obras? Para tanto, é importante ressaltar que o presente texto tem o intuito de realizar movimentos específicos, a saber, uma reflexão filosófica a respeito do tema corpo na estética de Ariano, e mais precisamente em sua célebre obra: Auto da Compadecida, de 1955, e, investigar de que maneira podemos aproximar o pensamento de Ariano ao pensamento que chamamos de “Filosofia do Caos ou Corrente Vitalista”, ancorados sobretudo nos pensamentos pregressos da Mitologia Grega, de Arthur Schopenhauer, de Friedrich Nietzsche e de Sigmund Freud, no que toca suas reflexões sobre uma estética para a existência, e sobre alguns dos temas que discutem o corpo e o movimento na “Corrente Vitalista”. Compreendendo a importância de se ampliar, no âmbito acadêmico, o debate entre os diversos campos de análise e de conhecimento, reconhece-se que as discussões sobre o corpo e o movimento atravessam, por exemplo, os campos da educação física, da dança e das artes do espetáculo, assim como da filosofia e da educação. Verificamos, então, a pertinência de nos debruçarmos na obra de um brasileiro tão talentoso, assim como genial, que pode auxiliar-nos em diversos questionamentos, nos quais os temas propostos aqui estão inseridos.