Validação das Equações Metabólicas Para Caminhada e Corrida Propostas Pelo American College Of Sports Medicine em Homens Entre 20 e 30 Anos de Idade
Por Ronaldo Domingues Filardo (Autor), Rosane Carla Rosendo da Silva (Autor), Édio Luiz Petroski (Autor).
Em Revista Brasileira de Medicina do Esporte v. 14, n 6, 2008. Da página 523 a 527
Resumo
O American College of Sports Medicine (ACSM) sugere equações para estimativa do gasto metabólico da caminhada e da corrida, concebidas a partir de pressupostos: 1) que o indivíduo esteja executando uma atividade em estado de equilíbrio e 2) que o consumo de oxigênio (VO2) tem relação linear com a intensidade do trabalho. O objetivo deste estudo foi verificar a validade concorrente dessas equações metabólicas em homens regularmente ativos entre 20 e 30 anos de idade, tendo como medida critério a espirometria (TEEM-100, AeroSport). Participaram deste estudo 36 homens jovens e ativos. No primeiro dia, os voluntários executaram um teste máximo de exercício na esteira (ATL 10200, Inbrasport). Os indiví- duos completaram um trabalho padronizado de 30 minutos com seis diferentes estágios de caminhada e corrida (80,4; 120,6 e 160,8m.min-1) com (5%) e sem inclinação, 48 a 96h após o teste máximo. Além da estatística descritiva, utilizaram-se a correlação linear de Pearson, o coeficiente de determinação, a ANOVA com um fator e o teste t pareado, com o nível de significância estabelecido em 0,05. Todos os procedimentos foram realizados no pacote estatístico SPSS. Os resultados apontaram para a superestimação do VO2 em ambas as atividades (p < 0,05), sobretudo na corrida, com exceção para 80,4 e 120,6m.min-1, sem inclinação (diferença média de -30 a 20% para caminhada e de 3,2 a 12% para corrida). Os valores de erro padrão de estimativa (EPE) variaram entre 1,56 e 3,15ml O2.kg-1.min-1 e em torno de 3,5ml O2.kg-1.min-1, para caminhada e corrida, respectivamente. A correlação foi maior que 0,7 para todos os estágios. Contudo, seguindo os critérios estabelecidos por Lohman (1992), as equações não foram validadas. Dessa forma, em homens ativos, o EPE deverá ser considerado, pois as equações metabólicas propostas pelo ACSM superestimam os valores de VO2.