Resumo

A doença arterial periférica (DAP), que pode causar grande limitação física em seus portadores, apresenta elevados índices de morbilidade e mortalidade e encontra no exercício físico um recurso terapêutico efetivo. Para avaliação funcional de portadores de DAP, inclusive para verificar a efetividade da terapêutica instituída, existem vários testes, sendo o teste de caminhada de 6 minutos o que melhor reflete a condição funcional do indivíduo. Entretanto, tendo em vista eventuais limitações de tempo e espaço, nem sempre este teste pode ser aplicado, tornando-se necessária utilização de outros recursos de avaliação. O objetivo deste estudo foi avaliar a relação entre os desempenhos dos pacientes com DAP no teste de tolerância à caminhada, em particular nos seus primeiros 6 minutos, e no Questionário de Dificuldades para Caminhar (QDC), em processo de validação concorrente. A amostra foi composta por 14 homens e 3 mulheres com DAP no estágio II de Fontaine. O coeficiente de correlação de Pearson foi usado para a análise estatística. A dificuldade de subir escadas apresentou correlação alta com a claudicação inicial (r = 0,86), boa correlação com a claudicação final (r = 0,77) e distância total percorrida (r = 0,76) e correlação razoável com a distância percorrida em 6 minutos (r = 0,66). O QDC apresentou uma boa correlação com a claudicação inicial (r = 0,83) e uma correlação razoável com a claudicação final (r = 0,67), distância percorrida em 6 minutos (r = 0,66) e distância total percorrida (r = 0,68). O QDC revelou-se, portanto, um instrumento válido para ser usado sistematicamente na avaliação de pacientes com DAP, tanto isoladamente, quanto em conjunto com o teste de caminhada