Resumo

O objetivo do presente estudo foi analisar a validade cruzada de equações antropométricas para a estimativa do percentual de gordura corporal (%GC) em idosos brasileiros. Foram avaliados 180 idosos (120 mulheres e 60 homens) com idade entre 60 e 81 anos, a partir da medida das variáveis de estatura, massa corporal e perímetros corporais. Sete equações baseadas em medidas antropométricas foram testadas em relação aos critérios de validade cruzada sugeridos por Lohman. Utilizou-se da análise gráfica dos resíduos proposta por Bland e Altman para verificar a concordância das equações com o método critério, tendo como referência a medida de %GC estimado pela Absortometria Radiológica de Dupla Energia (DEXA). O grupo avaliado apresentou um índice de massa corporal entre 18,4 kg/m2 e 39,3kg/m2. O %GC médio foi de 23,1% nos homens e 37,3% nas mulheres, com variação de 6% a 51,4%. Os resultados apontam, para homens, as equações de Tran e Weltmann e de Deurenberg et al. não diferiram da medida da DEXA (p>0,05) e demonstraram concordância de 68,2% (r=0,78) e 72,8% (r=0,74), respectivamente. Enquanto que para as mulheres, as equações de Tran e Weltmann e de Gonçalves, não diferiram da medida da DEXA (p>0,05) e apresentam concordância de 66,0% (r=0,76) e 72,9% (r=0,75), respectivamente. Conclui-se que as equações antropométricas propostas na literatura diferem em relação à capacidade preditiva do %GC. Sugere-se cautela na utilização das equações antropométricas para a estimativa do %GC em idosos.

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