Resumo

Nos primórdios da criação dos Jogos Olímpicos da Era Moderna, Pierre Freddy, o Barão de Coubertin, idealizou um evento com perspectiva humanística que ajudasse o ser humano a buscar o melhor de si. A preocupação com o caráter educativo da juventude já era evidente nos discursos de Coubertin. No entanto, demorou pouco mais de um século para que um evento olímpico para a juventude fosse criado, os Jogos Olímpicos da Juventude, que começaram em Cingapura em 2010. O objetivo desta pesquisa foi verificar a presença de valores democráticos nos programas educacionais e culturais oferecidos pelos Jogos Olímpicos da Juventude de 2010 a 2022. O método de pesquisa utilizado foi a pesquisa documental. Foram acessados ​​o site e a biblioteca do Centro de Estudos Olímpicos do Comitê Olímpico Internacional, responsável por este evento. Para análise e interpretação, foi realizada uma leitura exploratória dos documentos oficiais do evento. Os pesquisadores identificaram atividades que se alinham aos valores democráticos, determinados com base na Constituição Federal de 1988 e agrupados segundo diferentes dimensões, dentro dos programas educacionais e culturais. Apesar disso, eles ressaltam a necessidade de reforçar atividades orientadas por valores democráticos nos programas educacionais e culturais dos jogos. Para isso, é essencial que o organizador do evento — o COI — reverta o declínio do espaço destinado aos valores democráticos observado nos últimos anos, bem como incorpore aspectos que têm sido pouco abordados ou ainda não incluídos, como questões relacionadas à paz, à liderança dos atletas, ao combate ao racismo e ao reforço do respeito à soberania popular.

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