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INTRODUÇÃO:

Competições esportivas provocam reações emocionais e o nível apresentado pelos atletas, principalmente da ansiedade traço pré-competitiva, pode ser influenciada por diferentes variáveis, tais como idade, sexo, tempo de prática, dentre outras. Dessa forma, os atletas respondem diferentemente aos estímulos externos durante uma competição, pois a pressão transfere-se para área emocional.

Assim sendo, este estudo teve como objetivo identificar os níveis de ansiedade-traço pré-competitiva de judocas participantes dos Jogos Abertos de Santa Catarina de 2004, e analisar a interferência de algumas variáveis nos referidos níveis.

METODOLOGIA:

Participaram deste estudo de cunho descritivo do tipo diagnóstico 122 judocas, sendo 65 atletas do sexo masculino e 57 do sexo feminino. O instrumento de medida utilizado foi o "Sport Competition Anxiety Test" - SCAT, desenvolvido por Martens, cuja classificação é dada em escores, sendo: de 10 a 12 pontos, ansiedade baixa; de 13 a 16 pontos, média baixa; de 17 a 23 pontos, média; de 24 a 27 pontos, média alta e acima de 28 pontos, ansiedade alta. Para análise dos dados coletados foram utilizadas técnicas estatísticas descritivas em termos de média, desvio-padrão, máximo, mínimo e, estatística não-paramétrica com utilização do teste Qui-Quadrado, com probabilidade de 0,05.

RESULTADOS:

Os 122 judocas apresentaram média de idade de 21,7±5,7 anos e média de tempo de prática de 9,2±6,7 anos. Em relação à ansiedade, 9 atletas caracterizam-se por apresentar ansiedade média baixa, 58 ansiedade média, 37 ansiedade média alta e 18 ansiedade alta. No que diz respeito à colocação obtida nos jogos, 6 obteram o primeiro lugar; 6 o segundo lugar; 18 o terceiro lugar e os demais (92) não foram medalhistas. Utilizando o teste Qui-Quadrado com a probabilidade de 0,05, associou-se as variáveis idade, sexo, tempo de prática e colocação com os níveis de ansiedade. No que concerne à idade, obteve-se associação significativa com a ansiedade (c2c = 49,31 p= 6,457 E -0,9), isto é, quanto maior a idade menos ansiosos os judocas se mostraram. Em relação ao sexo, verificou-se associação significativa (c2c = 12,15 p= 6,903 E -0,3), confirmando que as mulheres judocas participantes deste estudo possuem índices ansiogênicos mais elevados do que os índices encontrados no sexo masculino. No que diz respeito ao tempo de prática e colocação, não se encontrou associação significativa, c2c =5,82 e c2c =4,42, respectivamente, este fato demonstra que outras variáveis, tais como, preparação técnica, tática, física e psicológica, que não foram controladas neste estudo, podem ter influenciado os níveis de ansiedade-traço pré-competitiva dos atletas investigados.

CONCLUSÕES:

Com base nos resultados obtidos e respeitando os pressupostos teóricos pesquisados, conclui-se que: o nível de ansiedade traço pré-competitiva dos judocas que participaram dos Jogos Abertos de Santa Catarina de 2004, pode ser considerado como médio, mesmo que alguns judocas tenham apresentado o nível máximo proposto pelo protocolo; as mulheres judocas mostraram-se mais ansiosas que os homens; a ansiedade dos judocas participantes dos jogos tem associação com a idade, ou seja, quanto maior a idade menos ansiosos os judocas se mostraram; parece que os níveis de ansiedade traço pré-competitiva apresentados pelos judocas nos jogos, não foram influenciados pelo tempo de prática; da mesma forma, os níveis de ansiedade traço pré-competitiva apresentados pelos judocas medalhistas, não influenciaram a colocação obtida pelos mesmos.