Viver a Infância: a Criança Surda no Contexto da Brincadeira
Por Maria Helena da Silva Ramalho (Autor).
Em Journal of Physical Education (Até 2016 Revista da Educação Física - UEM) v. 16, n 1, 2005.
Resumo
O objetivo dessa investigação é.refletir sobre a magia do mundo infantil e mergulhar nos cenários vividos na nossa infância e, assim, ampliar nosso olhar para a criança surda no contexto da brincadeira, interpretando esse contexto a partir do referencial de Van De Kooij (1997). O contexto da brincadeira de 18 crianças surdas entre 5 e 6 anos de idade, na Escola Municipal Helen Keller, da cidade de Caxias do Sul, RS. Ao realizarem as atividades lúdicas, as crianças apresentam características de variabilidade e aproveitamento nesses momentos de atividades. A maioria das crianças participa de atividades lúdicas de seu interesse particular. Manuseiam e exploravam o material livremente, demonstrando muita concentração e alegria. Os gritos e a sinalização eram uma constante durante as observações. Ao transitar pelo inventário lúdico da criança surda, utilizando as categorias de observação de Van Der Kooij, constatamos que as atividades de repetição e experiências exploratórias consideradas menos complexas e, portanto, aquelas que representam um repertório de experiências bastante empobrecido, eram as que apresentavam a maior incidência, diferenciando-se somente na quantidade de atividades. Ao vislumbrar possibilidades diversificadas, os brinquedos e materiais disponibilizados no espaço de jogo da escola promoveram espaços de aprendizagem e convivência social, oportunizando a constituição de atividades cada vez mais complexas.