Atletismo

Maratona encabeça lista de ausências do Mundial de Berlim
Fernando Narazaki - Em São Paulo

Uma das provas mais nobres do atletismo estará sem algumas de suas maiores estrelas no Mundial de Berlim. A maratona realizará sua prova nos últimos dois dias de competição, mas desfalcada simplesmente dos atuais campeões olímpicos e mundiais, além do recordista mundial da prova masculina.

Na lista prévia divulgada pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo), o Quênia deixou fora Samuel Wansiru (ouro em Pequim-2008), Luke Kibet e Catherine Ndereba, estes últimos foram vencedores do Mundial de Osaka-2007. Wansiru ainda tentou a vaga por um convite, mas a Federação Queniana descartou. Sem eles, o principal nome da delegação será Robert Cheruiyot, conhecido dos brasileiros por vencer a São Silvestre em três oportunidades.

Se não bastasse as baixas quenianas, a maratona ainda ficará sem o etíope Haile Gebrselassie, recordista da distância, e a romena Constatina Dita, campeã olímpica que sentiu uma lesão na perna poucos dias antes da seletiva nacional. A romena, aliás, foi uma das sensações dos Jogos Olímpicos ao obter o ouro aos 38 anos de idade, sendo recebida como heroína em seu país.

A situação surpreende, já que Berlim é considerado o palco ideal para a quebra de recordes na distância. O queniano Paul Tergat (outra ausência no Mundial) cravou o tempo de 2h04min55 em 2003. Quatro anos depois, Gebrselassie melhorou a marca para 2h04min26, tempo que permaneceu até 28 de setembro de 2008, quando o mesmo etíope fez 2h03min59.

Além da maratona, a única prova do Mundial, que começa neste sábado, sem os campeões olímpicos é o salto em altura. O russo Andrey Silnov não teve uma boa atuação na seletiva nacional e terá de torcer pelos compatriotas Ivan Ukhov, Yaroslav Rybakov e Andrey Tereshin. Os dois primeiros dividem hoje a melhor marca do ano no mundo.

Já na prova feminina, a belga Tia Hellebaut encerrou a carreira em dezembro do ano passado, logo após anunciar que estava grávida. A saltadora provocou uma das maiores surpresas de Pequim-2008 ao superar a favorita croata Blanka Vlasic na final. Sem a algoz, Vlasic terá como maior adversária a alemã Ariane Friedrich, que tentará fazer a festa da torcida.

Fora os dois eventos, o Mundial de Berlim não terá apenas outros quatro medalhistas de ouro em Pequim. O queniano Wilfred Bungei foi preterido na seletiva nacional nos 800 m, o norte-americano Bryan Clay sentiu uma lesão e está fora do decatlo, e outros dois campeões estão fora das provas de revezamento: o jamaicano Nesta Carter (no 4 x 100 m), e a norte-americana Monique Henderson (no 4 x 400 m).

Pelo lado brasileiro, a única campeã olímpica lidera a equipe, que conta com 37 representantes. Maurren Higa Maggi é a grande esperança de pódio, apesar de ainda não ter apresentado grandes resultado no ano, pois detém apenas a nona melhor performance de 2009. Mas a maior preocupação dos brasileiros mesmo é tentar apagar de vez os questionamentos que ficaram pela divulgação de sete casos de doping apenas no último mês, seis deles nos últimos 15 dias.

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