Olá pessoal.
Após observar o último Censo da Educação (2013) pude constatar que naquele ano tivemos 50.042.448 alunos matrículados no Ensino Básico, o que indicou uma grande redução em relação a 2007, da ordem de 2.986.480.
No entanto, outro fato nos chamou atenção, pois naquele ano apenas 441.835 alunos estiveram inscritos em atividades alternativas de Capoeira, o que significa 0,88% em relação ao número total de alunos. Ou seja, nem 1% dos escolares brasileiros possuem acesso à Capoeira, no entanto, contraditóriamente, a mesma se tornou patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro, pelo IPHAN e patrimônio cultural imaterial da humanidade pela UNESCO.
Neste sentido nos cabe perguntar:
1- Por quê a Capoeira na escola?
2- Exatamente por qual justifica?
3- Exatamente em que se sustentam ou não, os argumentos daqueles que defendem a inserção da Capoeira na escola?
4- Em que situação curricular a Capoeira se justificaria estar inserida e em função de quais objetivos?
5- Será que existem docentes de Capoeira suficientes para o atendimento desta demanda?
6- Será que existem docentes de Capoeira que realmente entendam a sistematização educacional brasileira e suas funções?
7- A inserção da Capoeira na escola precisará ser uniformizada em seus conteúdos programáticos ou deverá se manter fragmentada do mesmo modo em que a mesma se difunde fora dos ambientes escolares e que resultam em conflitos de identidades entre os diversos grupos de Capoeira?
8- A eventual ampliação da Capoeira na escola deve ampliar os nomes dos grupos de Capoeira ou os nomes das escolas que a inserirem?
9- Os eventuais docentes de Capoeira que conseguirem se inserir na escola devem passar por formação específica para o atendimento da demanda escolar?
10- A inserção da Capoeira na escola estaria inserida de modo autônomo ou atrelada aos conteúdos da Educação Física, esportes e atividades físicas ou seria alguma expressão híbrida a elas não associadas?
Bom... Estas primeiras perguntas, não são somente provocações para eventuais debates sobre o tema, mas pontos que necessitam reflexões caso se busque ampliar a inserção da Capoeira na escola.
Até breve. Um grande axé para todos.
Comentários
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Roberto Affonso Pimentel
em 1 de Outubro de 2015 às 09:16.
Oba Sérgio, gostei do tema, mas não da forma como foi abordado.
Sou convicto apreciador da dança de capoeira e, quando puder, levarei um 'mestre' para as aulas de voleibol com crianças. Tenho certeza que seus movimentos lançados são preparatórios para o 'domínio do corpo'. Acrescento ainda, que introduzirei também o 'equilíbrio em corda' (lack line), também pelos mesmos motivos. Além disso, podem se tornar atividades bastante prazeirosas para crianças, uma vez que se realizem em ambiente festivo e alegre.
Sugiro, como eu nada entenda do que foi colocado, que você faça a primeira abordagem, ainda que superficialmente. Outros como eu agradecerão e quem quiser compartilhar, comentar, critica, que o façam. Aprenderemos todos.
Parabéns e tomara que venham nos ilustrar.
Por
Sergio Luiz de Souza Vieira
em 1 de Outubro de 2015 às 12:54.
Olá Roberto
Agradeço a participação e sugestão.
Na postagem que fiz procurei abrir uma discussão sobre as finalidades e fundamentos sobre o por quê da Capoeira na escola, no entanto, entendo como absolutamente pertinente a sua sugestão e talvez eu realmente tenha ido com muita sede ao pote.
Diante deste contexto, solicito saber sobre o modo como você sugere a abertura do inicio deste debate por meio de uma abordagem superficial, para depois aprofundarmos as discussões quando assim se fizerem pertinentes.
Sendo assim, pergunto: qual é o ponto de partida que você sugere para uma teria (?) ou justificativa (?) ou mesmo uma proposição (?) sobre a necessidade da inserção da Capoeira na escola, que não fique apenas no senso comum dos discursos dos capoeiristas, mas que efetivamente caminhe para uma determinada fundamentação escolar?
Um forte abraço e até breve.
Por
Roberto Affonso Pimentel
em 2 de Outubro de 2015 às 09:06.
Olá Sérgio,
Ensinar é contar histórias, e assim o autor aproxima teoria da prática. Cursos e projetos escolares e muito mais...! Xadrez, Voleibol, Futsal, Futebol, Basquete... E por que não Capoeira?
Veja o que postei neste CEV:“O uso de um tabuleiro no ensino e aprendizado de jogadas ensaiadas e crianças praticantes de futsal”: http://www.bibliotecadigital.uel.br/document/?code=vtls000183583
[...] “Consultei um treinador de voleibol especializado em Iniciação sobre seus pequenos atletas. Enquanto jogavam, enumerava um a um, especificando a principal característica deles. Em determinado menino, fez uma pausa e arrematou: “aquele é burro, mas a gente dá a ele um pouco de inteligência”, Este diálogo me levou a buscar uma definição para o que seria inteligência? Vejam o que encontrei em Piaget e o que justifica empregarmos metodologia adequada ao ensino. E, principalmente, ensinar o indivíduo a pensar, um caminho promissor a que deseja ser autoconsciente autorregulável”.[...] Leia mais... Xadrez e Voleibol http://www.procrie.com.br/2014/06/26/resumo-de-nossas-atividades-e-contribuicoes-24975/
Peço que examine as minhas indicações no blog Procrie (www.procrie.com.br/) um desenho retrospectivo: “Resumo de Nossas Atividades e Contribuições”, Contributo para Ensino Esportivo em Escolas. Estão destacados artigos que poderão indicar caminhos para o desenvolvimento pleno de qualquer projeto educacional, não importa sua natureza.
http://www.procrie.com.br/2014/06/26/resumo-de-nossas-atividades-e-contribuicoes-24975/
Comentado no Procrie: Carmen fernandez psicologa.es - julho 17th, 2014 at 4:36
Esta web es realmente un paseo a través de toda la información que anelaba sobre este este tema tan complejo y no sabía a quién preguntar.
Nota: foi o único Comentário que colhi de uma psicóloga espanhola. Como se depreende, parece que os professores tupiniquins ou sabem tudo, ou não querem saber nada!
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Por último, um Manual de Engenharia Pedagógica, LEGADO OLÍMPICO, um trabalho REVOLUCIONÁRIO IMPERDÍVEL! (em fase final de execução)
Centro de Referência em Iniciação Esportiva – PROCRIE
Espaço Virtual Blog www.procrie.com.br
Cursos e Palestras Sítio Educacional Prezi
- Antecedentes e Diagnóstico – Manual de Engenharia Pedagógica – Parte I
https://prezi.com/mxi45lb2egkd/cultura-educacao-esporte-lazer-antecedentes-e-diagnostico/
Desenvolvendo Competências e Talento - Manual de Engenharia Pedagógica - Parte II
https://prezi.com/yce6_ts1r8uc/cultura-educacao-esporte-lazer-do-desenvolvimento-a-maturidade/- Contributo ao Desenvolvimento do Voleibol
htpps://prezi.com/9nhuhq5t7coq/procrie/
Aguardo novo contato... Grato por seu interesse, especialmente com o alentado currículo.
Por
Roberto Affonso Pimentel
em 2 de Outubro de 2015 às 11:01.
Perdão Sérgio, mas estou de olho também nos professores de capoeira que pretende seduzir para compartilhar os mesmos sonhos. Antecipo-me a qualquer resposta ao texto anterior, e avanço através do que já se contém no Procrie (www.procrie.com.br/).
Ensino Teórico, Vivências do Autor
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1) ENSINAR É UMA ARTE, E ARTE É ENSINÁVEL?
- Em educação infantil, para que as aulas sejam proveitosas, é preciso haver o comprometimento de TODOS, incluídos os pais, para entender quais objetivos podem ser alcançados, e em quanto tempo. Cada fase tem seu desafio, assim como cada criança. Não se deve transformá-la em um prodígio, mas extrair o potencial dela para que desenvolva habilidades e viva melhor Considerem que habilidade não é simplesmente talento.
2) PENSAR E APRENDER
- São nos pressupostos interacionistas - professor x aluno x aluno - que vamos buscar os elementos de consolidação da aprendizagem permitindo a criação de Zonas de Desenvolvimento Proximal (Vygotsky) no aluno. É nesse momento que o professor, através de uma atividade porposta com um conteúdo específico interagirá com as crianças de tal forma que elas possam interiorizar a teoria através da prática. A partir dessa prática social, o professor levantará junto aos alunos problemas detectados: problematização, p. ex., pedir que pesquisem entrevistas, livros; poderá também transmitir conhecimento através de vídeo e outros meios que possibilitem a assimilação dos conteúdos.Um excelente coadjuvanae é o sistema de monitoria.
3) COMO ENSINAR?
- Aquisiçã de habilidade é o tema central e os aspectos que cercam o professor em uma prática, i. e., a capacidade de avaliar o treinamento, sempre vista como inerente ao aluno e mestre. Durante as práticas iniciais existe a prevalência de uma percepção para que o aluno aprenda a meditar e tornar-se crítico. Ao fazê-lo, aprofundar-se na aquisição das habilidades e, consequentemente, em talentos. Certifique-se que o treinamento não é somente repetir os ensaios, mas principalmete, corrigir detalhes passo a passo, sem perder de vista o movimento global. Esta é uma das tarefas mais difícies em Educação.
Por fim:
- Como ver uma aula e aprender com ela?
- Como tirar proveito das observações e indagações ocorridas nas aulas?
Imagino que TODOS devemos sere CRÍTICOS, especialmente os instruendos.
Por
Genislei José de Oliveira
em 2 de Fevereiro de 2016 às 08:48.
Nos últimos anos, a Capoeira vem passando por um processo de expansão, sua prática está sendo desenvolvida em diversas instituições da sociedade, como escolas, academias, clubes, centros comunitários, projetos sociais e faculdades.
Na Educação Física escolar tem que se trabalhar conteúdos como esportes, jogos, danças, brincadeiras e lutas, e a Capoeira é uma opção globalizadora, pois abraçam todas essas características.
Por
Fabiano Silva Vilete
em 31 de Março de 2016 às 23:12.
A inserçao da capoeira na escola é de importancia fundamental, pois ela faz parte da história de nosso país. A capoeira possui uma significaçao cultural gigantesta, desenvolvida a partir da cultura afro ela é marca registrada e significadora de nossa brasilidade. Tendo em vista isso, percebe-se a necessida de que ela faça parte da realidade escolar, de modo a garantir que ela nao caia no esquecimento.
Por
Glauber Starling de Alencar
em 15 de Março de 2016 às 17:00.
A capoeira desenvolve habilidades motoras básicas e específicas, promove melhora na flexibilidade, coordenação motora, equilíbrio, noção corporal e de espaço, etc. É uma atividade que pode ser muito prazerosa para crianças por ser praticada em ambiente alegre, com o uso de elementos musicais. A Educação Física escolar trabalha, dentre tantos temas, os esportes, danças, lutas e brincadeiras, desta forma a capoeira pode ser um grande aliado para aumentar a gama de conteúdos passados e a prática e vivência das crianças e adolescentes. Na minha opinião uma prática que envolve tantos campos diferentes deveria ser melhor aproveitada no contexto escolar.
Por
Júlia Zanúncio Araujo
em 10 de Abril de 2016 às 16:21.
Surpreenderam-me os dados expostos ao longo do texto referentes ao Censo da Educação de 2013. O resultado é realmente um grande estímulo para um comentário como este: qual o motivo da capoeira estar na escola? Menos de 1% dos escolares tem acesso a Capoeira e ainda assim torna-se um patrimônio? Bom, meu comentário vem por um ângulo mais cultural e de vivência. A Capoeira além de ser benéfica para as crianças (assim como vários outros esportes e atividades físicas), carrega um significado histórico para a cultura brasileira. Como uma pessoa que teve contato com a Capoeira no Ensino Básico, posso relatar a importância que tal prática me trouxe. Claro que meu relato será apenas uma fonte pouco confiável, mas pode ser interessante e até agregar algo a esta discussão. Considerando o que foi dito a cima, acredito ser necessário que as crianças, mesmo que apenas 0,88% do total, sejam questionadas sobre o nível de importância da Capoeira como atividade artística, de dança, esportiva e educadora em suas vidas. Hoje, com 19 anos, tenho uma visão da Capoeira oferecida em minha escola quando criança (pratiquei em 2006 e 2007) como essencial para descobertas pessoais, desenvolvimento motor, flexibilidade e melhor convivência grupal. Para mim a capoeira abriu portas para práticas físicas fora da escola e fora das modalidades tradicionais como futebol, handebol e vôlei, por exemplo. Por isso creio que o incentivo deve ser cada vez maior para que as crianças tenham acesso a práticas corporais cada vez mais diversa, tanto dentro como fora da escola.
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