Cevnautas, a pesquisa em Educação Física e Esporte tem acompanhado o avanço geral do Ceará? Alguém tem um quadro comparativo? Laércio

JC e-mail 4237, de 13 de Abril de 2011.
Pesquisas cearenses em destaque no País e no mundo

    
Segundo a diretora Científica da Funcap, Cláudia Linhares, há muitas pesquisas sendo feitas no Ceará que nos coloca em destaque.

Transplante de fígado do Hospital Universitário Walter Cantídio (HUWC), da UFC; o ovário artificial da pós-graduação em Veterinária da Uece; nanotecnologia do departamento de Física da UFC; os caprinos transgênicos na Uece; e a pesquisa sobre a membrana semipermeável em bebês prematuros da Unifor, são algumas ações apontadas.

Em Ciência, Ceará cresce mais que o Brasil - "A pesquisa científica no Ceará, nos últimos 10 anos, tem crescido mais acentuadamente do que a pesquisa no Brasil, e esta, por sua vez, está entre as que mais crescem no mundo"- quem faz esta afirmação é o professor Tarcísio Pequeno, presidente da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap).

Ele se baseia no último levantamento de dados feito pela Fundação que dá conta de que a produção científica do Ceará em revistas científicas indexadas pelo ISI - Institute for Scientific Information que é a referência para revistas científicas - passou de 1,72% em 2001 para 2,71% da produção nacional em 2010. Isto mostra que a pesquisa cearense está ganhando espaço em relação à pesquisa brasileira, que tem se sobressaído no mundo.

O Brasil ocupava a 22ª posição mundial no ano 2000, passou para a 15ª em 2007, e agora ocupa a 13ª com o resultado de 2009. "O ranking deste ano ainda não foi divulgado, mas nossa expectativa é de que já tenhamos subido uma ou duas colocações", segundo Jorge Guimarães, presidente da Capes, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, órgão responsável pela avaliação da pós-graduação.

Estes números ficam ainda mais significativos quando atentamos que o Ceará responde por 2% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro. Ou seja, o Ceará é, relativamente, mais desenvolvido em termos científicos do que econômicos. O Brasil detém 2% tanto do PIB quanto da produção científica mundial.

Por outro lado, no Ceará vivem 4,43% da população. Este último dado tem o efeito de estancar o ufanismo inicial, ao nos mostrar o tamanho de nossa defasagem tanto em termos científicos quanto econômicos. "A continuarmos com este crescimento, alcançaremos a média brasileira em uma década", diz Tarcísio, para quem uma das estratégias para que o Ceará possa superar sua pobreza histórica está na consolidação de uma política científica.

Em termos de formação de pessoal qualificado, fundamental para este salto, os progressos são ainda mais significativos, saímos de uma situação em que formávamos 67 doutores e 396 mestres em 2001, para atingirmos 220 e 1.100, respectivamente, em 2010, um crescimento de mais de 200%. O reitor, Francisco Araripe, da Uece, comemora o aumento de 37% de alunos matriculados nos 16 cursos de mestrado e três doutorados da instituição. Agora já são 1.169 alunos e a perspectiva é de crescimento mais acentuado para o próximo triênio.

Investimento em pesquisa - Tudo indica que o Ceará, assim como o Brasil, está no caminho certo, e os bons números apresentados pelo Brasil, o inserindo como uma potência mundial é fruto, entre outras coisas, do investimento brasileiro em ciência e tecnologia.

A pós-graduação brasileira está consolidada, entretanto há muito ainda por fazer. O Brasil tem apenas 1,4 doutores por mil habitantes enquanto os Estados Unidos têm 8,4 e a Alemanha tem 13,6. Mais grave, 80% dos doutores no Brasil estão em universidades e institutos de pesquisa, e 20% apenas na indústria. Nos Estados Unidos, este número é invertido. E isto é necessário para que a ciência e tecnologia se transformem em riqueza.

Apenas 15% dos jovens de 18 a 24 anos estão em universidades, este número deveria ser pelo menos de 30%, como reflexo já estão faltando engenheiros e outros técnicos para a demanda provocada pelo crescimento do País. Corremos o risco de o crescimento brasileiro ser freado pela falta de mão de obra qualificada. 75% dos alunos estão em universidades privadas, quando pelo menos 50% deles deveriam estar em universidades públicas.

Temos 200 mil escolas no País e cerca de 2 milhões de professores, com média de remuneração que precisaria ser quadruplicada. Este custo alcançaria a faixa de uns R$ 270 bilhões por ano. O orçamento total da educação no Brasil está em torno de R$ 150 bilhões, ou 5% do PIB. Para o PNE - Plano Nacional de Educação - para o decênio 2011 a 2020, em discussão no Congresso Nacional, o governo acena com chegar em 7% em 2014. É pouco, deveríamos chegar ao final da década com 10% do PIB.

(Jornal O Povo - 12/4)

Comentários

Por Aurifran do Nascimento Barroso
em 13 de Abril de 2011 às 21:15.

Tenho muito orgulho de fazer parte desse povo "arretado" e saúdo a todos os cearenses que fazem parte do CEV, parabenizado-os e dizendo: "Vamos pesquisar mais galera, ainda tá pouco. Nossa meta é "bater" a Alemanha!!! hehe

Por Pedro Alex de Sá Pereira
em 14 de Abril de 2011 às 08:56.

Temos que continuar qualificando os grupos de pesquisa e se dedicando ao que faz!

É muito prazeroso o conhecimento. e o aprender mais ainda! Amo ser cearense também, rsrsrs.

bons ventos!


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