Caríssimos

Alguns colegas de profissão tem comentado que os estudantes do curso de Licenciatura em Educação Física não farão o ENAD deste ano pois este é destinado a área da saúde. As licenciaturas serão da área de humanas e os "bacharelados" da saúde? A Educação Física está "rachada" em duas?

abraços

Comentários

Por Guilherme Tucher
em 9 de Setembro de 2010 às 21:28.

Marco, realmente o ENADE deste ano é somente para os acadêmicos do bacharelado ou aqueles "formandos" que ainda não passaram por essa avaliação (ïndependente do curso).

Mas saúde ou humanas? hum...

Será que, apesar de tudo, ainda estamos sem identidade?

Por Aldemir José Ferreira Teles
em 9 de Setembro de 2010 às 22:06.

A divisão foi iniciada desde o início dos anos oitenta. E hoje o resultado está aí... Tudo começou com a crítica ao biologismo na educação física. Os críticos diziam (e dizem) que o homem é um ser integral, argumento que ninguém tem dúvida, visto que é também um ser social, por exemplo. Entretanto, eles expõem uma contradição inquietante: quando negam o biológico. E por aí vai...

Os fatos de hoje nos remete à história do CBCE e tudo o que ocorreu durante e após o Congresso de Brasília, nos anos 80. Aos mais jovens que não tiveram a oportunidade de vivenciar aquele momento sugiro que procurem informações com alguns dos principais personagens naquele momento, como Lino Castellani, Cely Taffarel, Go Tani, Laércio, Adroaldo Gaya, Valter Bracht e outros que podem contribuir com seus depoimentos.

Penso que aquele momento, assim como alguns outros eventos, movimentos e teorias surgidas daquele período, guardam relação com vários fatos atuais como: a decadência da educação física, a decadência da cultura esportiva e a famigerada divisão do Curso. Talvez alguns possam criticar o presente argumento achando que as ilações apresentadas sejam um tanto descabidas. Mas entendo que é pela revisão da história que temos que começar a entender o presente.

Quanto à divisão do curso, e para não me alongar, quero repetir o que tenho afirmado desde o início desse processo de divisão: enquanto as fronteiras entre as várias ciências se tornam cada vez menos visíveis, a Educação Física (que nem ciência é) cria fronteiras dentro dela própria. Parece que, no final das contas, temos dificuladades de lidar com a complexidade ao dividir o curso. Ou o interesse maior é pela reserva de mercado? Ou a questão é essencialmente ideológica? Seja como for, considero uma estupidez difícil de ser explicada.

ABRAÇO A TODOS

Por Marco Machado
em 10 de Setembro de 2010 às 09:39.

Perguntas:

A licenciatura em Biologia é da área de Humanas ou Ciências Biológicas?

A licenciatura em Matemática é de Humanas ou Exatas?

???

Por Marco Antonio Olivatto
em 10 de Setembro de 2010 às 11:03.

algumas perguntas e reflexão, deveriam serem feitas junto ao nosso Conselho Regional e Federal de Educação Física, em momento político, muito se adia referente nossa profissão.

Por João Batista Freire
em 13 de Setembro de 2010 às 10:21.

Uma área de atuação que tem o nome de EDUCAÇÃO Física parece que só pode ser da área de educação. Se não, por que esse nome? A Educação Física nasceu para educar, para o bem ou para o mal, mas para educar. O vínculo com a saúde existe, como tantas outras áreas o possuem, mas a caracterização como saúde, no nosso caso, não é vínculo, é prisão, é condenação, é submissão. Acho que as pessoas de nossa área deveriam ter um maior apreço pela liberdade.

Por Gabriel Vargas
em 21 de Janeiro de 2011 às 12:28.

Vejo como um dos maiores problemas a dificuldade de avaliação e aprovação de projetos, pesquisas, etc. Na iniciação, fiz um trabalho de campo com entrevistas e observação, que tematizava o esporte de lazer. Ao apresentar os resultados em um evento local na minha instituição, não haviam avaliadores específicos da educação física. Logo, os organizadores do evento, desentendidos das especificidades da nossa área, "encaixaram" um pessoal da biologia como avaliadores na minha apresentação. Fosse uma pesquisa na área de fisiologia do exercício ou medicina esportiva, certamente eu teria uma avaliação com maior qualidade e critério, especialmente em relação à questões metodológicas. Mas isso poderia acontecer até mesmo se esses avaliadores fossem da própria área.

Vejo que acontecem coisas semelhantes em outros eventos, em submissão de propostas de projetos e pesquisa e até em publicação de periódicos. Algumas normas estritas demais dificultam a publicação de trabalhos de determinado caráter.


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