Ana Mae Barbosa: Arte na veia

Por Blog Acesso

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Ana Mae Barbosa, a entrevistada dessa edição do Boletim da Democratização Cultural, é professora de pós-graduação em arte-educação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Foi diretora do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo e presidente do International Society of Education through Art (InSea). É professora visitante da The Ohio State University, EUA. Publicou, entre outros, os livros: Arte educação no Brasil; Arte educação: conflitos/acertos e Arte-educação no Brasil: das origens ao modernismo.


Qual a situação do ensino das artes nas escolas hoje?


Ana Mae Barbosa - A ditadura deixou marcas no ensino das artes nas escolas. Principalmente no ensino primário, essa disciplina foi dominada pela sugestão de temas e por desenhos alusivos a comemorações cívicas, religiosas e outras festas. Nas escolas sem orientação de um especialista, os professores continuam repetindo aqueles modelos horrorosos em xerox. São coelhinhos da Páscoa, índios que fazem alusão ao Dia do Índio, imagens de péssima qualidade estética. Além disso, no final da década de 90, houve um esforço contínuo do Ministério da Educação para retirar a disciplina da grade curricular, sem sucesso. E as escolas não cumprem o que diz a lei. A lei diz que arte é obrigatória em todo ensino básico. Mas, em muitas escolas, a arte aparece somente em alguns anos, pois os diretores alegam que não está especificado na lei que o ensino é obrigatório para todas as séries.


Como a arte influi na capacidade de aprendizagem? E como deve ser inserida na escola para que a criança entenda, desde cedo, o significado de Arte?


Ana Mae Barbosa - Ainda é preciso mais pesquisas, mas podemos dizer que a arte leva os indivíduos a estabelecer um comportamento mental que os levam a comparar coisas, a passar do estado das idéias para o estado da comunicação, a formular conceitos e a descobrir como se comunicam esses conceitos. Todo esse processo faz com que o aluno seja capaz de ler e analisar o mundo em que vive, e dar respostas mais inventivas. O artista faz isso o tempo todo, seja para melhor se adequar ao mundo, para apontar problemas, propor soluções ou simplesmente para encantar, que é uma das formas de tirar você das mazelas do dia-a-dia. A arte não tem certo ou errado, o que é muito importante para as crianças que são rejeitadas na escola por terem dificuldade de aprender, ou problemas de comportamento. Na arte, eles podem ousar sem medo, explorar, experimentar e revelar novas capacidades. A arte desenvolve a cognição, a capacidade de aprender. Isso já foi demonstrado em uma pesquisa feita nos Estados Unidos em 1977, quando foram estudados os dez melhores alunos em um período de dez anos. Os melhores tinham apenas uma característica em comum: todos tinham feito ao menos dois cursos de arte em suas trajetórias pelas escolas. Além disso, um país só pode ser considerado culturalmente desenvolvido se tiver uma produção de alta qualidade e uma compreensão dessa produção também de alta qualidade. No Brasil, precisamos democratizar a compreensão e isso deve começar nas escolas, na educação infantil.


Como um educador pode inovar para prender a atenção dos alunos quando ensina arte?


Ana Mae Barbosa - Levando-os ao contato direto com a Arte e fazendo-os pensar no que estão vendo. A Pedagogia Questionadora de Paulo Freire é ainda o melhor caminho para levar a pensar e formular significados.


Em um país como o Brasil onde a arte é pouco divulgada, como um cidadão pode desfrutar de seu direito de acesso à cultura?


Ana Mae Barbosa - Não só é pouco divulgada, mas em geral, quando é divulgada se usa a linguagem hermética. A Internet tem democratizado o acesso a museus, exposições e tem dado visibilidade a trabalhos de muitos artistas, mas ainda não confere reconhecimento como artista. Para alguém ser reconhecido como artista é necessário participar de exposições em Museus, Bienais, sair na “Bravo”, etc. Enfim, ser abençoado por algum curador. É com os curadores que está o poder de designar alguém como artista. A maioria deles é homem, vem das classes altas e é submetido ao código hegemônico europeu e norte-americano branco.


Qual a importância das ONGs para a arte-educação?


Ana Mae Barbosa - As ONGs que nascem de projetos comunitários fazem trabalhos extraordinários. Há muitos projetos interessantes em desenvolvimento no Nordeste, por exemplo. Mas há quem pense apenas em formar orquestras para algumas empresas mostrarem que têm responsabilidade social. Tenho visto barbaridades, projetos equivocados, pensados para projetar o presidente da empresa ou o nome da mulher dele na revista Caras. Há projetos que instalam ateliês temporários em favelas, em que a comunidade ajuda um artista famoso a pintar o que ele determina. Há outro, apresentado como grande projeto social, que leva artistas para decorarem a casa de favelados. Isso é oportunismo das pessoas explorando a ingenuidade dos pobres. Ou no mínimo uma brutal falta de consciência política. Eu não gosto que as empresas façam projetos, prefiro que elas apóiem projetos nascidos na comunidade.


O que já tem sido feito para melhorar o acesso à Arte para a grande massa? O que ainda pode ser feito?


Ana Mae Barbosa - Nos últimos anos os museus, centros culturais e mega-exposições têm se preocupado em criar departamentos educacionais, contratando educadores para facilitar a mediação entre Arte e Público. A qualidade é variável e o empenho também. Muitas vezes o educativo existe na instituição para trazer público para inflar a estatística a fim de mostrar ao patrocinador que numerosas pessoas viram a exposição. Em geral reside aí o empenho em trazer levas de escolares às Bienais de Arte e do Livro. Outras instituições realmente se interessam em dar acesso à Arte a todas as classes sociais. Quando dirigi o MAC fui criticada por dar ênfase ao educativo em um momento que só o Museu Lasar Segall e o próprio MAC investiam na Arte/Educação. Nosso trabalho foi tão frutífero que operou uma transformação no ensino da Arte nas escolas em todo o Brasil. A ampliação do educativo das instituições de Arte e a análise e sistematização do que fazem através de publicações, muito ajudaria a descobrir o que mais pode ser feito.


Fonte: Trechos extraídos de entrevista pessoal com Ana Mae Barbosa e entrevistas concedidas a Agência Repórter Social (jornalista Flávio Amaral) e Museu de Arte Contemporânea da USP.

 

Comentários

Por Monica C. M. Souza
em 28 de Maio de 2012 às 20:12.

A todos

Só queria acrescentar que a professora Ana Mae Barbosa é uma referência para o ensino da Arte no Brasil e no mundo. Achei até engraçado postarem esta matéria, pois ela não tem nada a ver com a área  da educação física obviamente.

Conforme as palavras da prof. Ana Mae: Nas escolas sem orientação de um especialista, os professores continuam repetindo aqueles modelos horrorosos em xerox.

SÓ RELEMBRANDO:

Profissional de Educação Física não é especialista ou professor de Arte, muito menos ARTE-EDUCADOR, o profissional de educação física não tem nada a ver com o ensino da arte na escola ou fora dela.

Então entenderam que é  BIZARRO um profissional de educação física querer se passar por professor de Arte não? È querer enganar a si mesmo e pior aos outros (alunos e comunidade em geral)...

Então caros amigos da educação física ética e RESPEITO são sempre muito bons, não deturpem as palavras da prof. Ana Mae a quem muito respeito.

Arte e Educação Física são áreas de conhecimento DISTINTAS, com formações, objetivos e abordagens DIFERENTES.

Vamos ao exemplo da Dança:

DANÇA-ARTE não é competência de profissionais de Educação Física muito menos desta disciplina no ambiente escolar. A dança na educação física é instrumental e  tem os mesmos propósitos que a ginástica, os esportes e/ou as lutas. Ou seja é uma atividade física que visa promover a saúde, bem estar, queimar calorias para emagrecer e/ou condicionamento físico, etc.

A abordagem da dança na educação física é bem diferente da abordagem e propósitos da dança na ARTE... Entenderam???

A DANÇA-ARTE ( cuja abordagem é trabalhada pelos artistas e profissionais de ARTES),  é a utilização da dança enquanto linguagem de expressão artistica que visa por exemplo  montagem de espetáculos cênicos,  é a utilização dos signos da arte-corporal como ARTE, conceito e estética, por exemplo para apresentações artisticas cênicas de dança, para um público (seja num teatro, na rua, numa sala ou qualquer espaço escolar ou espaço cênico).

Nós artistas e profissionais de ARTES não trabalhamos a dança com o intuito de queimar calorias ou para emagrecer numa academia, como é o propósito dos profissionais da área da educação física ao se utilizar da dança.

Assim como  não é função ou o objetivo dos profissionais de educação física usar a dança como arte para montar espetáculos ARTISTICOS CÊNICOS, trabalhar com figurinos, maquiagem, cenários, caracterização cênica, iluminação etc.

Sinceramente não entendi o própósito da divulgação desta matéria neste site....

Mas por favor NÃO DETURPEM as palavras desta entrevista, ou a utilizem para quererem USURPAR a área de Arte.

Profissional de Educação Física NÃO é e nunca foi profissional de Artes ou da área de ARTE-EDUCAÇÃO.

Cultura e Arte são coisas diferentes, nem tudo que é cultura é arte, não confundam as coisas ou tentem trocar o termo arte por cultura por conveniência.  

Penso que os profissionais de educação física poderiam até contribuir para o ensino da Arte nas Escolas. Primeiro se respeitassem os profissionais de Artes e a disciplina ARTES e ainda se fossem mais ÉTICOS e fizessem o seu trabalho ao invés de se passar por algo que não são. Isso aliás faria um bem a todos.

Talvez teríamos menos obesidade no ambiente escolar, assim como menos alunos sem força e flexibilidade corporal, como vejo constantemente por aí, quando vou trabalhar  para trabalhar com ARTE (dança e teatro).

Enfim, só não entendo porque a contínua insistência de alguns profissionais ANTI-ÉTICOS de Educação Física em querer USURPAR  a área de Artes, descredibiliando e desrespeitando os profissionais de artes e  tentando se passar de forma enganosa por profissionais de uma área que não tem nada a ver com a sua.

Assim como professor de educação física é quem faz uma licenciatura em Ed. Física. Professor de Arte é quem tem uma licenciatura na área de Artes (Dança, Teatro, Artes Visuais e /ou Música) 

At

Monica Mesquita

Por Livia Tenorio Brasileiro
em 29 de Maio de 2012 às 16:36.

Cara Monica

 

O que nos faz diferente do seu discurso reducionista é que dialogamos com diferentes áreas do conhecimento, inlcuindo as Artes.

Já tive a oportunidade de dialogar com a Professora Ana Mae no Brasil e fora daqui, e ela, assim como outros pesquisadores das Artes não faz essa delimitação territorial feita por você, sabemos muito bem o que é a área de Artes e reconhecemos seu potencial.

Neste espaço haverá divulgação de materias e eventos de Educação Física, Artes, Filosofia, Medicina etc., pois entendemos que nenhuma área esta isolada e é essa amplitude de reflexão que necessitamos.

Prof. Lívia Brasileiro

 

 

Por Monica C. M. Souza
em 30 de Maio de 2012 às 20:39.

Cara Sra. Livia,

Engana-se, o que nos faz diferentes é que eu sou profissional de Artes e respeito quem é. E a senhora além de  NÃO é profissional de Arte e  talvez por isso, não respeita quem é.

Eu luto pela democratização, respeito e valorização da arte e dos profissionais de Artes. E a senhora parece achar que profissional de arte não precisa ter formação.

Concordo  que nenhuma área está isolada. Mas é lastimável a sua insistência em querer desviar as competências dos profissionais de Artes para a área da Educação Física. Talvez por ser formada em educação física e querer atuar como se fosse profissional de Artes.  

A senhora deve saber muito bem que Profissional de Educação Física NÃO é Profissional da área de Artes e não tem legitimidade para atuar como tal. São áreas autônomas, com formações e propósitos distintos e objetivos de intervenção diferentes. Ou tem alguma dúvida sobre isso?

Deve saber também, que existem no âmbito acadêmico cursos específicos para formação de profissionais de Artes, como as Graduações e Pós Graduações em Dança, Teatro, Música e Artes Visuais não?

Então eu pergunto porque a senhora finge que a formação específica em Artes no âmbito acadêmico não existe? Porque não respeita isso? Porque não respeita os profissionais com formação na área de Artes e parece “pregar” que profissionais de Educação Física podem atuar como se fossem profissionais de Artes?  Mesmo sabendo que isso não tem legitimidade...

Gostar de arte ou usar a arte de forma instrumental é uma coisa, tentar forçar a barra para que profissionais de educação física se passem por profissional de Arte é outra. Pense nisso...

Posso até estar enganada, mas é essa a impressão que eu tenho ao ver o seu discurso.

Essa tentava de USURPAÇÃO das competências acadêmico-profissionais da Arte para a Educação Física, é ILEGAL, é um grande EQUIVOCO, uma farsa acadêmica que prejudica e descredibiliza  a formação acadêmica dos profissionais de Artes.

A senhora parece se esquecer  o tempo todo que Profissionais de Educação Física NÃO são profissionais de Artes ou profissional de ARTE-EDUCAÇÃO. Ainda tem alguma dúvida disso?

O mais irônico é dizer que “Neste espaço haverá divulgação de materiais e eventos de Educação Física, Artes, Filosofia, Medicina etc.”....

Seria muito bom se isso fosse verdade. Porém só vejo a sua insistência em divulgar materiais e eventos de ARTES, de forma deturpada como se fossem da área de Educação Física. Nunca vi aqui, a divulgação de eventos ou materiais de filosofia, medicina etc. ou mesmo da SUA área que é educação física. Estranho isso não?

O que estou cobrando aqui, não é demarcação de território. Mas sim que a senhora e outros profissionais de educação física tenham mais respeito e parem com este discurso tendencioso e deturpado. E parem de  achar que podem sair por ai de forma EQUIVOCADA FINGINDO que são profissionais de Artes.

“Dialogar” é bem diferente de USURPAR, de querer se apropriar, ou de tentar se passar por algo que não é. Dialogar é saber respeitar o outro e não tentar ser o outro.

Olha que não estou acusando a senhora, mas aconselho que se sua intenção NÃO for não for descredibilizar e desrespeitar a formação acadêmica em Artes e os profissionais desta área, penso que deveria rever seu discurso, pois é justamente isso que parece.

A senhora diz que: Já tive a oportunidade de dialogar com a Professora Ana Mae no Brasil e fora daqui, e ela, assim como outros pesquisadores das Artes não faz essa delimitação territorial feita por você, sabemos muito bem o que é a área de Artes e reconhecemos seu potencial. (grifo meu)

Só queria perguntar se nestes seus  ditos "diálogos" com profissionais da área de Artes vocês mencionou à eles que defende que profissionais de educação física deve atuar no lugar de profissionais de Artes????

Outro detalhe: Não se inclua como “profissional de Artes” pois pelo que me consta a senhora não é desta área.  E se soubesse realmente o que é Arte e respeitasse a Arte, saberia que é bem diferente dos propósitos da Educação física. Se a senhora fosse uma profissional de Arte, respeitaria também quem é.

Sobre este assunto de profissionais ANTI-ÉTICOS de educação física tentando usurpar a área de Artes, isso já foi tema de vários debates de grupos de entidades representativas dos profissionais de Artes, entidades que a senhora por não ser da área de Artes não deve pertencer.

Se a senhora realmente tivesse realmente dialogado com algum profissional da área de Artes, saberia que ninguém concorda com esta postura OPORTUNISTA da educação física. E sabem que vocês estão errados.

Sabem que isso não passa de uma jogada de interesses político-mercadológicos da educação física para se auto-promover e se beneficiar. Ampliando sua área de atuação às custas da apropriação ilegítima das competências acadêmico-profissionais da área de Artes. Tudo com o intuito de se beneficiar se apropriando de forma ilegítima de vagas de emprego, verbas, infra-estruturas e outros incentivos direcionados à área e profissionais de Artes. Enfim é tentar se beneficiar às custas do prejuízo dos outros.

Desconheço a existência de algum profissional ou pesquisador (realmente) de Artes (Inclusive a Prof. Ana Mae) que defenda que profissionais de Educação Física podem USURPAR e atuar no lugar de profissionais/professores  de Artes?

Ou que defenda que as vagas de empregos e verbas públicas das Artes sejam DESVIADAS, para cursos e profissionais oportunistas de Educação Física.  Mas se a senhora conhece algum  poderia citar o nome para eu entrar em contato?

At.

Mônica

Por Livia Tenorio Brasileiro
em 31 de Maio de 2012 às 12:32.

Cara Mônica

Não é a primeira mensagem sua que leio com essa insistência de que estamos invadindo a área de Artes, com afirmações indevidas, por isso solicito que não use meu nome para suas análises restritas.

Eu sou professora de Educação Física, assumo isso em todos os espaços que vou, nas revistas e eventos que escrevo, inclusive aqui nesta comunidade que é Dança e Educação Física: diálogos. Os eventos, revistas e outros divulgados aqui também são da Educação Física,a exemplo dos eventos do CBCE.

Continuamos aceitando as contribuições de todos/as nesta comunidade, mas não acredito que qualifique nosso espaço ter alguem desqualificando continuamente sua discussão.

Coloco um ponto final neste processo desrespeitoso, mas continuo aberta a outros dálogos sobre a Educação Física e o seu diálogo com outras áreas de conhecimento.

Lívia

 

 

Por Monica C. M. Souza
em 17 de Agosto de 2012 às 13:26.

Cara Sra Nívea

A senhora afirma que é profissional de Educação Física e não de Artes.

Se a senhora não está invadindo ou tentando se passar por profissional de Artes, então deveria mudar o seu discurso, pois age como se estivesse. A entrevista acima por exemplo, fala sobre o Ensino da Arte na escola, e isso não é tarefa ou competência de profissionais ou da área da Educação Física. Então porque a insistência?

Professor ou profissional de Educação Física NÃO é professor de Arte, muito menos é responsável pelo ensino da Arte nas escolas. Então pare agir e dar a entender como se fosse. Pare de colocar profissionais/professores de educação física como se estes fossem professores/profissionais de Arte ou de Atividades Artísticas e de Espetáculos.

Numa escala se ILEGALIDADES, não sei o que é pior:

1)  Profissionais de educação física que fingem de forma enganosa ser profissional/professores de Artes (Falsidade Ideológica) ou 

 2) Cursos e profissionais de educação física que tentam usurpar (roubar) os conteúdos e competências acadêmico-profissionais da área de Artes, transferindo-os ilegalmente para a área da educação física. (Crime de apropriação indébita e 171 estelionato).

De conformidade com o Código Penal Brasileiro o estelionato é o crime econômico (Título II, Capítulo VI, Artigo 171), sendo definido como "obter para si ou para outro, vantagem ilícita, em  prejuizo alheio, induzindo ou mantendo alguém em  erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento."

As duas condutas são vergonhosas e ilegais, pois  em ambas profissionais de educação física que tentam se auto-promover e se beneficiar às custas do prejuízo de outros profissionais e descredibilização da formação de outra área.

ARTE, é uma área de conhecimento autônoma. A formação acadêmica em Artes se dá em Cursos específicos, graduações e pós graduações em Dança, Teatro, Música e Artes Visuais.

Profissionais de Educação Física NÃO são profissionais ou professores de Artes muito menos de atividades artísticas e de espetáculos cênicos. E isso tem que ser respeitado pelos Cursos e Profissionais de Educação Física.

Propor um DIÁLOGO entre as áreas de conhecimento é bem diferente de pregar a USURPAÇÃO. Para haver diálogos é preciso RESPEITO.

Não tenho nada contra os profissionais de educação física. Mas Artes e Educação Física são áreas distintas do conhecimento humano. A formação, abordagem, conteúdos, objetivo de intervenção do profissional da área de Artes e de Educação Física também são distintos e diferentes. O que não quer dizer que não podemos trabalhar juntos, mas isso não dá o direito a profissionais de educação física tentarem se passar por profissionais de Artes. Interdisciplinaridade não é USURPAÇÃO. Usurpação é roubo e apropriação indébita.

OS PCN’S afirmam que reiteram que “a interdisciplinaridade não invalida os contornos específicos de cada disciplina, até porque não se pode falar em interdisciplinaridade sem disciplinas, assim  como não há internacional sem nações. Ela não se confunde com  polivalência e, portanto, não anula o conhecimento específico nem o papel de cada profissional ( PAG. 151, Linguagens e Códigos Ensino Médio).

 

Por Roseane Barros
em 23 de Agosto de 2012 às 20:47.

 

Imagina o que pensamos (nós da Educação Física) dos professores pedagogos que ensinam Educação Física no ensino enfantil, por exemplo?

Será que estão tomando nosso lugar?

Será que estão ministrando os conteúdos específicos da Educação Física para esse público?

Acredito que não! Ninguém toma espaço de ninguém, visto que, hoje em dia a interdisciplinaridade é muito bem vinda para formação educacional do alunado. 

sem dúvidas!

 

Por Monica C. M. Souza
em 26 de Agosto de 2012 às 22:12.

Cara Roseana,

O pedagogo é um professor polivalente nos primeiros anos das séries iniciais, e ministra vários conteúdos inclusive Educação Física e Artes (muitas vezes de forma tosca é verdade). Mas sinceramente não vejo nenhum pedagogo ou qualquer outro profissional atuando ou se passando por  professor de educação física depois do quinto ano.

Porém lamentavelmente sempre vejo profissionais de educação física "se passando" de forma picareta por profissionais/professor de Arte.

Só que profissional de educação física NÃO é professor ou profissional de Arte e ponto. Não tem formação para isso. A abordagem e objetivo de intervenção do profissional de educação física é MUITO diferente de um professor/profissional de Artes.

Fazer um trabalho interdisciplinar, não quer dizer que um profissional vai atuar de forma PICARETA como se fosse especialista de outra área. Isso é falsidade ideológica,  falta de ética e é ilegal.

Um trabalho interdiciplinar é trabalhar num mesmo projeto o mesmo assunto sobre a ótica de vários profissionais. Cada profissional colabora conforme a sua especialidade.

Penso que poderia fazer ( e faço) trabalhos interdisciplinares com professores de qualquer área e que isso é muito enriquecedor. Porém a questão aqui é que muitos profissionais de educação física estão confundindo interdiciplinaridade com USURPAÇÃO, com falta de ética  e desrespeito profissional.  Fazer um trabalho interdiciplinar não dá o direito a nenhum profissional de educação física se passar por Profissional e/ou Professor de Artes (Dança, Teatro, Música e/ou Artes Visuais). 

Enfim vou repetir a última frase do meu email anterior:

OS PCN’S afirmam que reiteram que “a interdisciplinaridade não invalida os contornos específicos de cada disciplina, até porque não se pode falar em interdisciplinaridade sem disciplinas, assim  como não há internacional sem nações. Ela não se confunde com  polivalência e, portanto, não anula o conhecimento específico nem o papel de cada profissional ( PAG. 151, Linguagens e Códigos Ensino Médio).


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