Estamos acompanhando esse debate?

Lívia Brasileiro

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A Comissão de Educação e Cultura pode aprovar projeto de lei (1371/07), determinando que os conselhos regionais e federal de Educação Física não podem fiscalizar e nem exigir o registro de profissionais de dança, capoeira, ioga, artes marciais e pilates.

A discussão sobre o texto foi encerrada nesta quarta-feira (9) sem que nenhum deputado se manifestasse contrariamente ao projeto. Ele só não foi votado por causa do início da Ordem do Dia no Plenário.

Para o relator da proposta, deputado Paulo Rubem Santiago (PDT-PE), que é formado em Educação Física, a atuação dos conselhos lhe parece "exorbitante no plano jurídico e equivocada no mérito cultural".

Academias de dança
Os profissionais da dança que estavam na comissão reclamam que os fiscais dos conselhos buscam fechar academias de dança porque os profissionais não seriam formados em educação física.

A diretora do Fórum de Dança do DF e Entorno, Mônica Berardinelli, conta sua experiência pessoal. "Eu estava dando uma aula de balé, entrou uma pessoa do CREF-DF e disse que eu não poderia estar dando aquela aula porque eu sou formada em artes, não sou formada em educação física", relata Mônica.

Ela então pediu ao profissional de educação física que desse a aula de balé clássico. "Aí ele disse que isto não era a área dele. Então, chegamos agora a esta conclusão de que realmente não é a área deles"

Artes marciais
O deputado Wilson Picler (PDT-PR) disse que é favorável ao projeto, mas mostrou preocupação com a falta de uma fiscalização em relação às artes marciais.

Autora do projeto, a deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) lembra que dança não é ginástica, mas uma manifestação artística. Na sua avaliação, as questões referentes às artes marciais podem ser trabalhadas em uma segunda etapa.

"No momento que estas artes e ofícios estiverem em debate para profissionalização ou não, obviamente as regras de funcionamento do repasse destas práticas deverão sofrer regulamentação", avalia Alice Portugal.

Segundo o Conselho Federal de Educação Física, alguns tipos de serviços oferecidos pelas academias - lambaeróbica, dança aeróbica, aerodança, e hidrodança - visam melhorar ou manter o condicionamento físico e devem ser executados por profissionais de educação física.

Tramitação
Além da Comissão de Educação e Cultura, o projeto também será analisado de forma conclusiva pelas comissões de Trabalho, de Administração e Serviço Público; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Íntegra da proposta:
- PL-1371/2007

Comentários

Por Elisângela Chaves
em 27 de Julho de 2009 às 20:58.

Saudações a tod@s, penso que é um grande equívoco do conselho e de alguns colegas da Educação física  defenderem a legalização da dança dentro da Educação física. Este assunto tem sido desgastante para as pessoas, que como eu, tranzitam em ambas as áreas. Não é possível compartilhar o corpo de conhecimento artístico da dança dentro da estrutura acadêmica da Educação física. Espero que a questão seja finalmente discutida com solução respeitosa, coerente e fora da disputa de espaço para credenciamento e sim das competências profissionais.

Abraços Elisângela 

Por Monica C. M. Souza
em 11 de Novembro de 2012 às 01:23.

Engraçado o comentário acima porque ele não é colocado em prática.

Cabe esclarecer que a Sra Elisangela Chaves NÃO é profissional/professora de Artes e não tem formação academica nesta área.  Ela não tem tem  legitimidade para atuar como professora de artes, pois  não tem formação academica em arte ou é  licenciada em dança, música, teatro ou artes visuais.  Porém insiste em se passar por professora de artes e de atividades artisticas e de espetáculos, vinculando isso à formação em educação física. O que é ainda pior,  para tentar justificar o fato dela tentar usurpar as competências e tentar se passar por profissional de outra área. Pois ela é professora de educação física, pelo menos é isso que a sua licenciatura em educação física lhe garante! Sendo ainda professora de um curso de educação física.

Denunciando ainda que assim como ela outros profissionais do curso de educação física da Unimontes do qual ela é professora,  ao invés de atuar na sua área que é educação física, fingem de forma enganosa serem  profissionais/professores de Artes. E ainda  tentam ilegalmente USURPAR as competências academico profissionais da área de Artes vinculando e transferindo-as para a área e cursos de educação física.  Numa auto-promoção enganosa para se beneficiar às custas do prejuizo e descredibilização da formação dos profissionais de Artes.

Tudo isso vem causando um enorme mal estar academico. Porém o curso e os profissionais de educação física enolvidos tentam abafar o caso e ameaçam quem denuncia.

Já denunciei aqui essa jogada de interesses  politico mercadológica da educação física com intuito de ampliar sua área de atuação às custas do prejuizo e desrespeito com os profissionais de artes. E o curso de edcuação física da Unimontes é um exemplo disso. Lembrando que profissional de educação física NÃO é profissional e/ou professor de Artes ou de qualquer tipo de atividades artisticas nas escolas. Vejam minha pesquisa de monografia onde denuncio a professora de educação física acima e seus colegas de curso da Unimontes  por tentarem usupar as competências da área de Artes (dança e teatro).

http://www.artenaescola.org.br/upload/monografias/resenha_275.pdf

Vergonha não?

  

 

Por Edison Yamazaki
em 12 de Novembro de 2012 às 23:43.

Essas discussões não levam à nada. O que manda é a competência. A área da Educação Física é ampla e nem sempre ter a formação universitária na área é garantia de bom profissional.

Acho que a dança como um todo leva muito de partes da Educação Física, mas não pode ser considerado um esporte de maneira nenhuma. Quer dizer que precisa ser formado para ensinar dança de salão? Deixem o mercado dizer quem são os competentes, independente de serem formados nisso ou naquilo. Em mutas áreas do esporte, principalmente relacionadas às escolinhas e academias, o mercado é rege o que é melhor. Ter diploma ou não, muitas vezes, não resolve. Ser formado em Educação Física e trabalhar com dança, ajuda, mas não é tudo. A mesma coisa pode ser transferida até para o judô e outras lutas.

Por Monica C. M. Souza
em 13 de Novembro de 2012 às 12:08.

Oi Edison,

Discordo de você,  a questão aqui não é a “simples” competência. Conheço advogados e engenheiro que atuam e/ou já atuaram como atores, músicos ou bailarinos e que trabalham como professores de dança e até de música. Estas pessoas tem duas profissões e obviamente  não dizem por aí que aprenderam a dançar ou ensinar dança num curso de Direito ou de Engenharia.

Porém, diferente disso, a questão aqui é de competência no âmbito acadêmico profissional. Um curso de educação física não tem o direito de FINGIR que forma artistas, profissionais e professores de Artes (dança, teatro, música e artes visuais). Muito menos de vincular atividades ARTISTICAS e espetáculos de dança, teatro e música à formação e competência da área da educação física. Aliás isso é FRAUDE acadêmica, pois não é objetivo de um curso de educação física formar profissionais ou professores da área de Artes.

Como profissional e cidadã, tenho todo o direito de desmascarar e denunciar gente anti-ética e oportunista que tenta se beneficiar às custas do prejuízo de uma outra área, principalmente quando essa área é a minha. Olha que falo isso, porque apesar de tudo ainda acredito na ética e em dias melhores. Mesmo sabendo que no Brasil, as pessoas cometem os crimes já acreditando na impunidade, e pouca importância se dá ao respeito, ética e legislação.  Porém se começarmos a achar "normal" a conduta de gente OPORTUNISTA e anti-ética no âmbito acadêmico, podemos voltar para as cavernas. Penso que as universidades, escolas e a educação em geral não podem compactuar com isso, senão a educação perde todo o seu sentido.

A questão aqui não é ter competência e sim FINGIR uma competência que não se tem. O curso de Educação física da Unimontes e alguns profissionais do mesmo FINGEM que trabalhar com Arte é competência inerente à área da educação física e é isso que está errado.  Pois estas pessoas estão se  esquecendo que NÃO é objetivo de cursos de educação física formar artistas ou profissionais e/ou professores de Artes, seja de dança, teatro, música ou artes visuais.

*Obviamente e graças a Deus não são todos os professores e profissionais do mesmo que compactuam com isso, mas alguns sim, eles já foram denunciados, mas tentam abafar o caso.

* Sobre o curso de educação física da Unimontes tenho um "dossiê", requerimentos, documentos e publicações de auto-promoção às custas da usurpação da área de artes, que comprovam todas as minhas denúncias e o caso está em outras esferas.

* Fiz o comentário porque achei irônico a Sra Elisangela pedir respeito uma vez que ela não respeita a formação dos profissionais de artes. Ela era coordenadora do curso de educação física da Unimontes  e mesmo sabendo que este curso tentava usurpar as competências de outra área, nunca tentou resolver a situação.

Enfim este tipo de conduta é mais um caso lamentável que só  suja a imagem da área da educação física. Como já disse antes, a educação física é uma área importante do conhecimento e tem tanto conteúdo e especificidades próprias e não precisa querer "aparecer" e se beneficiar ilegalmente usurpando as competências de outra área.

 


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