Educação Física Militar

A 87 dias dos Jogos Olímpicos, susto e chá de cadeira em Londres

Moradores vizinhos do Parque Olímpico se assustam com implantação de baterias de mísseis

Jorge Luiz Rodrigues
Publicado: 1/05/12 - 8h00
Atualizado: 1/05/12 - 8h50

LONDRES — Seis baterias de mísseis a serem instaladas na capital inglesa — uma delas num condomínio residencial vizinho ao Parque Olímpico — e filas de três horas de duração no Aeroporto de Heathrow são as dores de cabeça do momento dos londrinos e dos visitantes estrangeiros a 87 dias da abertura dos Jogos Olímpicos. As medidas de segurança para o megaevento estão sendo intensificadas, criando um clima de apreensão. No aeroporto, a situação se agravou por causa do corte de pessoal dos serviços de imigração.

O general Nick Parker, responsável pelas operações de segurança olímpica, confirmou nesta sexta-feira que o ministério está adotando medidas de proteção dos Jogos Olímpicos, que começarão a 27 de julho, prevendo um cenário de guerra, embora espere que nenhum ato terrorista aconteça.

— Estamos treinando e nos preparando para o pior cenário, pois acreditamos que é prudente estarmos preparados — acrescentou o militar, em entrevista ao diário “London Evening Standard”.

A preocupação com a segurança atingiu em cheio os moradores de um condomínio dobairro de Bow Quarter, em Stratford, vizinho ao Parque Olímpico. Eles esperavam pelas Olimpíadas de Londres com ansiedade por causa da vista privilegiada para o palco do megaevento. No entanto, desde o último sábado, a apreensão tomou conta do local. Foi depois de terem recebido um folheto do Ministério da Defesa britânico, informando que será instalada uma das seis baterias de mísseis antiaéreos no alto do antigo reservatório de água da propriedade, que fica elevado entre edifícios baixos.

— Ninguém nos consultou, ninguém bateu na minha porta para me perguntar a respeito. Simplesmente, deixaram um panfleto. Isso nos criou muito medo. Não consigo entender como disparar mísseis de uma área densamente povoada. Temo ter uma coisa dessas por perto — questionou Brian Whelan, jornalista de 28 anos e um dos 700 moradores.

Os panfletos entregues pelo ministério aos moradores davam o assunto como certo. O texto dizia que o condomínio de Bow Quarter oferece "uma excelente vista da área ao redor e de todo o céu acima do Parque Olímpico" e informando ainda que a torre da caixa d’água é "o único local apropriado nesta área para o sistema HVM (míssil de alta velocidade, na sigla em inglês)".

As outras cinco baterias de mísseis serão instaladas perto de um pátio de recreação de um parque em Waltham Forest, e também nas localidades de Blackheath Common, Lea Valley Reservoir, Oxleas Wood e em Barn Hill, na Floresta de Epping. Todos os pontos escolhidos ficam na região Leste de Londres, onde está o Parque Olímpico.

Ministro promete mudança

Em novembro passado, Philip Hammond, secretário da Defesa, havia anunciado que a Grã-Bretanha repetiria o exemplo de outras Olimpíadas, como os Jogos de Pequim-2008, quando mísseis foram posicionados um quilômetro ao sul do Parque Olímpico da capital chinesa.

Rushnara Ali, do Partido Trabalhista, esteve no condomínio de Bow Quarter e disse que o Parlamento vai pedir explicações ao Ministério da Defesa sobre o plano de segurança olímpico.

O Parlamento também está acompanhando o caos que tomou conta do desembarque do aeroporto de Heathrow, o principal de Londres. Desde a semana passada, quem chega tem enfrentado filas de, no mínimo, 1h30m, por causa do baixo número de funcionários do controle de passaportes.

O staff atual dos controles de fronteira britânico é composto por 7.500 funcionários. Em março de 2010, era de 8.874. A redução se deu para cumprir com as metas de corte dos gastos públicos do governo para combater a recessão. Agora, tornou-se um problema. Teme-se que a situação piore até os Jogos, daqui a menos de três meses, quando são esperados mais de três milhões de visitantes em Londres para o megaevento. Esta semana, a confusão pode aumentar, pois a cidade organizará seis competições de eventos-teste, de quarta-feira até o dia 8.

— Os passageiros têm esperado demais — admitiu ontem o ministro. — Mas teremos staff completo, e todas as posições de controle de passaportes estarão completas durante os Jogos Olímpicos.

Houve pedido de relaxamento no controle para não prejudicar o fluxo de turistas no país. Mas isso é improvável pelo plano de segurança dos Jogos.

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Como será aqui???

[]´s Erik Ávila

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