“Tu me sigues, pêro vas donde yo quiero” (Valdano, 2002, p. 141).
“Se a marcação ao homem torna a defesa num prisioneiro, a marcação à zona liberta o jogador.” (Lobo, 2004).
Citando Amieiro (2004), aponta-nos na “zona” a equipe estará menos dependente possível das ações do adversário.
Mendonça (2010) Ao libertar os jogadores da perseguição ao adversário e de possíveis “armadilhas”, a defesa por zona parece ser, assim, a única forma de organização defensiva que pode garantir a possiblidade de uma constante superioridade posicional, temporal e numérica nos espaços vitais do jogo.
Com base nas afirmações acima, mesmo na marcação “zona”, quando um adversário entra no espaço que determinado defensor é responsável ele, segundo os princípios deste sistema defensivo, estará de certa forma, “preso” a este jogador.
Já, penso eu, que na marcação TODOS CONTRA UM, a grande preocupação sempre será com o jogador de posse de bola, sempre o mais próximo o aborda passivamente ou ativamente, e os demais que compõe este sistema, se posicionam de tal forma que todas as possibilidades de passe ofensivo aos seus apoiadores sejam cerceadas. E se for utilizado a linha lateral como parede, delimitando o raio de ação do atleta de posse de bola, creio que as dobras serão viáveis com uma margem de segurança ainda maior, tornando o sistema ainda mais eficiente.
Comentários
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Lucas Vieira Santos
em 4 de Julho de 2011 às 22:24.
Não creio que a marcação por zona seja a mais indicada, principalmente em se tratando de equipes de jovens praticantes. Particularmente penso que a marcação ideal para o futsal seja a marcação mista, ou seja, uma marcação individual e por setor com flutuação. Acho devemos iniciar o trabalho com a marcação individual passando pela marcação por zona e finalmente chegar a marcação mista. Considero a marcação apenas em zona, falha, pelo fato que as variações de posicionamento e de desenhos executados pelas boas equipes conseguem na maioria das vezes criar situações de superioridade numerica para o ataque. Equanto na marcação indivivual ou mista essa possibilidades são reduzidas.
Considero o fator mais importante no passe no passe o jogador que fará a recepção. Se este estiver em boa posição o passe torna-se simples e o homem em posse de bola terá maior facilidade para executar bem o fundamento. Uma boa marcação deve se preocupar em criar o desconforto no homem da bola, fazendo que o homem em posse de bola se preocupe em não perdê-la, equanto isso acontece, este não terá espaço/tempo para pensar num maior numero de possibilidades de jogadas. Equanto os outros defensores pressionem os apoiadores inibindo e tirando a confiança do passe ofensivo.
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Enio Ferreira de Oliveira
em 5 de Julho de 2011 às 09:45.
Lucas, obrigado por seu comentário, muito elucidativo.
Ontem fui a Arena do Santos assistir Santos X Corinthians jogo válido pela Liga Nacional. As duas equipes marcaram no sistema de marcação mista na grande maioria do tempo, mas nas duas situações que ocorreram inferioridade numérica (o Corinthians teve um atleta expulso no primeiro tempo e nos 6 minutos finais o Corinthians optou pelo goleiro-linha), nestas duas situações as equipes marcaram zona pressionando o homem da bola e fechando as opções de passe (todos contra um).
Minha pergunta: se inferioridade numérica todos marcam zona, por questões obvias, por que não em igualdade numérica também?
Nas situações em que você mencionou de criar, na movimentação do jogo, superioridade numérica, com uma marcação todos contra um e uma coreografia bem articulada, esta situação é prevista e facilmente corrigida.
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Lucas Vieira Santos
em 5 de Julho de 2011 às 12:53.
Caro, Enio...
Nas situações em inferioridade numerica, na minha opinião o que acontece é uma marcação ainda sim mista, pois não existe uma única referência, cada jogador preocupa-se com um setor, um adversário e com a bola, quando na marcação por zona a preocupação do atleta é defender apenas o seu setor. E no caso da marcação com um jogador expulso, faço com que o meu goleiro também seja um marcador, utilizando dois jogadores a frente e um atrás em uma das alas, na outra o goleiro faz a abordagem e os opostos executam a cobertura da bola atravessada...
Outra coisa que precisamos nos entender, quando você cita a marcação todos contra um, em qual mecanica de marcação você está pensando, pois podemos estar falando/pensando na mesma coisa porém utilizando nomes diferentes, visto que somos de regiões diferentes.
Espero ter sido claro.
Abraços!
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Enio Ferreira de Oliveira
em 5 de Julho de 2011 às 15:51.
Lucas
É exatamente isto, penso estamos falando a mesma coisa, a marcação todos contra um vai além da passividade da marcação zona, foge na prisão da marcação individual e organiza a marcação mista, pois o homem da bola é abordado com vigor, “é por o pé na bola” como falam muitos treinadores, em igualdade numérica. Os demais componentes do sistema se posicionam em função da bola e não em função da zona, o desenho tático pode ser quadrado ou losango ou outro. Marca-se meia quadra por conta da compactação e para facilitar a basculação, atraindo e induzindo o adversário para dobras seguras.
abraços
Por
Enio Ferreira de Oliveira
em 5 de Julho de 2011 às 19:50.
Nesta marcação, TODOS CONTRA UM, de defensor passa-se a atacar a bola o tempo todo, e o adversário de atacante passa a defender a posse de bola o tempo todo, resumindo, quem defende na verdade está atacando e quem pensa que está atacando de fato está defendendo.
Liberta-se a equipe das amarras que a prenderiam à equipe adversária e às suas intenções ofensivas, para, desta forma, libertar a mesma para jogar segundo os seus princípios de jogo. No fundo assumir sua identidade.
Guilherme Oliveira (2004) sugere que ao se organizar desta forma pode-se escolher a forma ou formato de se defender, segundo este autor, conhecendo os pontos fortes e fracos da própria equipe e do adversário, pode-se tentar condicionar o jogo do adversário, no sentido de o levar a fazer aquilo que, para quem defende, é mais conveniente.
Valdano (2002, p. 142) se refere a equipe que defendia neste formato: Assim, o adversário tinha a bola MAS, na realidade, eram VÍTIMAS transportadas calmamente até uma lateral e aí: "nham, nham, se los comían".
Diferente da marcação zona que em muitas vezes, não toda, sua preocupação principal é não sofrer gols, o defender é um fim em sí mesmo, e no sistema TODOS CONTRA UM, a principal intenção é a de conquestar o "tesouro" do jogo, ou seja, aquilo que nos permitirá tentar assumir as rédeas e, tanto quanto possível, o desenrolar do jogo, ou seja, a BOLA (Mendonça, 2010 p. 37).
Por
Enio Ferreira de Oliveira
em 4 de Agosto de 2011 às 19:21.
Por
Lucas Vieira Santos
em 4 de Agosto de 2011 às 11:44.
Bom Enio, é exatamente desta forma que eu vejo. Acho que para facilitarmos o entendimento, a marcação todos contra um é muito mais uma postura de marcação do que um tipo de marcação. Ela é caracterizada pela atitude dos marcadores e não pelo seu posicionamento e distribuição pelo espaço de jogo. Esta postura ao meu ver é a postura ideal para uma equipe que quer ser vista como uma boa defensora.
Abraços!
Por
Lucas Vieira Santos
em 4 de Agosto de 2011 às 11:44.
Bom Enio, é exatamente desta forma que eu vejo. Acho que para facilitarmos o entendimento, a marcação todos contra um é muito mais uma postura de marcação do que um tipo de marcação. Ela é caracterizada pela atitude dos marcadores e não pelo seu posicionamento e distribuição pelo espaço de jogo. Esta postura ao meu ver é a postura ideal para uma equipe que quer ser vista como uma boa defensora.
Abraços!
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